Como parte do festival, estabelecido por decreto presidencial em 1979, várias atividades serão realizadas no país latino-americano, incluindo fóruns, apresentações editoriais e leituras em voz alta.
A Casa Marie José e Octavio Paz, na capital, sediará a apresentação do volume De distinto linaje, uma proposta teatral na qual a narradora e dramaturga Aglae Margalli evoca a figura de Sor Juana, a famosa poetisa originária de Nepantla, no que hoje é o Estado do México.
Para Margalli, a marca intelectual da chamada Fênix da América é uma inspiração constante.
“Sor Juana me deslumbrou com a vastidão de sua criatividade. Mais tarde, descobri a mulher que desafiava os cânones sociais e seguia em frente com aquela mentalidade universal, aquela demanda intelectual que a impulsionava”, disse ela.
Em sua opinião, as ideias da chamada Décima Musa “ultrapassaram os limites impostos por uma sociedade eminentemente sexista e repressiva”.
“Sua altivez a manteve de pé até o fim. Um espírito livre que não podia ser enclausurado, mesmo quando foi proibida de ler e falar. Curvada diante dos votos religiosos, mas nunca curvada em sua condição de mulher pensante”, disse o escritor em uma declaração publicada no site oficial do Ministério da Cultura. Sor Juana Inés de la Cruz é considerada uma das figuras literárias mais importantes da época do vice-reinado, quando esse território estava sob domínio espanhol, e um símbolo da luta pelos direitos das mulheres.
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