Sim, a administração do presidente Joe Biden deu o aval para o uso de armas fornecidas à Ucrânia para operar em um raio de 300 quilômetros dentro da Rússia, disse Borrell em uma conferência de imprensa aqui no final de uma reunião de ministros das Relações Exteriores da UE.

Mas não consigo entender por que esse raio foi autorizado agora e não antes das eleições presidenciais do dia 5 deste mês, disse o chefe da diplomacia da UE, um bloco que defende a escalada do conflito com a Rússia em solo ucraniano, de acordo com a televisão local.

No dia anterior, a Casa Branca revelou que desde o início do confronto, em 24 de fevereiro de 2024, Kiev recebeu 182,99 bilhões de dólares em armas e outras ajudas militares dos Estados Unidos, apesar da advertência da Rússia de que isso só prolongará a guerra.

O Reino Unido, a Alemanha, a França e a Polônia, entre outros países europeus, acreditam que devem fazer todo o possível para impedir uma vitória russa no confronto ucraniano, e é por isso que enviaram tanques, veículos blindados, lançadores de granadas, sistemas de mísseis, canhões e outras armas para Kiev.

O New York Times informou ontem que fontes confiáveis da Casa Branca confirmaram a autorização de Biden para que a Ucrânia use mísseis Atacms nas profundezas do território russo. Esses sistemas têm um alcance de 300 quilômetros.

Enquanto isso, o jornal Le Figaro retirou nesta manhã um artigo referente à aprovação dada por Londres e Paris para o uso de mísseis de cruzeiro Storm Shadow com um alcance de até 550 quilômetros contra a Rússia. Os especialistas dizem que esse alcance inclui Moscou.

O presidente Vladimir Putin, que em 2022 ordenou uma operação de guerra para proteger a população revoltada da região de Donbas, afirmou que Kiev já está usando drones e outros meios para atacar seu país.

Mas quando se trata de armas de precisão de longo alcance fabricadas no Ocidente, é preciso entender que essas operações são conduzidas com a participação dos países da aliança atlântica, pois somente eles podem introduzir os controles de voo.

O envolvimento direto do Ocidente no confronto na Ucrânia muda substancialmente sua essência e significará que os países da OTAN estão lutando contra a Rússia. Moscou tomará decisões com base nessa ameaça, alertou Putin na época.

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