“Ele foi um aluno muito bom na unidade educacional de Copacabana, que fica a três quadras do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologia Nuclear (Cidtn), e foi se formar na universidade estatal de Tomsk”, disse a diretora da Agência Boliviana de Energia Nuclear (ABEN), Hortensia Jiménez.
Jiménez explicou que o estudante de 19 anos se candidatou e ganhou uma das bolsas de estudo concedidas pelo Ministério da Educação da Federação Russa.
Ela descreveu que, graças às medidas de orientação vocacional realizadas pela ABEN em diferentes escolas da região de Parcopata, Huanca iniciou seu treinamento como especialista nuclear com uma bolsa de estudos de graduação.
“Muitas vezes, os jovens só pensam em entrar no comércio ou em um serviço”, disse ele, “e nós os motivamos a estudar física, química ou uma carreira tecnológica, e então suas mentes se abrem para a possibilidade de abrir ramos que podem ter um grande impacto em suas famílias e comunidades’.
Ele acrescentou que o desenvolvimento do programa nuclear boliviano permitiu que jovens de todo o país estudassem ciência e tecnologia em universidades de prestígio, tanto em nível de graduação quanto de pós-graduação, com o objetivo de desenvolver aplicações nucleares na saúde, na agricultura e em outros ramos da economia.
Lembrou que chegam a centenas as pessoas que retornaram da Argentina e estão prestando atendimento na rede de Centros de Medicina Nuclear e Radioterapia (CMNR) em El Alto, Santa Cruz e La Paz.
Outros que chegaram da Rússia, acrescentou, produzem o radiofármaco Fluorodeoxiglicose no Centro de Ciclotrons de Radiofarmácia do CIDNT ou nos projetos do Centro de Irradiação Multiuso.
Disse que há 90 pessoas trabalhando no CMNR, 36 no Cyclotron, 15 no irradiador multiuso e 16 nos laboratórios de radiobiologia e radioecologia, cujos serviços serão transversais a todo o programa nuclear.
Com vistas à inauguração do primeiro reator de pesquisa nuclear da Bolívia, em 2025, ela enfatizou que um grupo de profissionais está se especializando na Universidade Politécnica de Tomsk para operá-lo. Espera-se que cerca de 40 graduados serão formados em engenharia nuclear.
Ela previu que cerca de 40 graduados chegarão da Rússia no próximo junho.
Jiménez disse que todos esses profissionais especializados formam a base de uma comunidade científica boliviana com a qual se espera consolidar o desenvolvimento científico e tecnológico do país andino amazônico.
jf/jpm/jb