Esta iniciativa não foi discutida, ainda não temos dados sobre ela e não sabemos do que se trata, disse Peskov à imprensa em resposta à questão de saber se o Kremlin está familiarizado com a ideia de Erdogan.
O porta-voz enfatizou que “qualquer tipo de congelamento ao longo da linha de frente é a priori inaceitável para a Rússia”.
Da mesma forma, Peskov sublinhou que as condições formuladas em Junho passado pelo Presidente russo, Vladimir Putin, para pôr fim ao conflito continuam válidas.
No domingo, a agência Bloomberg informou que Erdogan pretende apresentar na Cúpula do Grupo dos 20 (G20), que acontecerá hoje e amanhã no Brasil, uma proposta para congelar o conflito na Ucrânia na linha de frente.
Segundo a mídia, o líder turco também planeja oferecer a Kiev o adiamento das negociações sobre a adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte por pelo menos 10 anos como uma “concessão” à Rússia.
O plano de Erdogan também inclui a criação de uma zona desmilitarizada no Donbass, onde se espera que tropas internacionais sejam enviadas como uma “garantia adicional” para Kiev, bem como garantir o fornecimento de material de guerra à Ucrânia para compensar a não adesão à Aliança Atlântica.
Em meados de Junho, Putin formulou várias condições-chave para iniciar negociações de paz, em particular que a Ucrânia retirasse as tropas de quatro novos territórios russos (Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporozhye).
Da mesma forma, que Kiev desista de aderir à OTAN e mantenha um estatuto neutro, não alinhado e não nuclear, e que todas as sanções contra a Rússia sejam levantadas.
O presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, rejeitou a proposta, chamando-a de ultimato.
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