Cid assinou um acordo de confidencialidade privilegiada com o Supremo Tribunal Federal (STF) e depôs na terça-feira perante a Polícia Federal (PF), força que solicitou o fim dos benefícios da delação.
O militar supostamente reteve informações durante suas exposições, o que é contrário aos termos da divulgação.
De Moraes decidiu que o tenente-coronel deveria prestar depoimento novamente “tendo em vista as contradições entre os depoimentos do colaborador e as investigações” realizadas pela PF.
O juiz quer esclarecimentos relacionados aos termos da colaboração (regularidade, legalidade, adequação e voluntariedade).
Se Moraes anular a denúncia, as informações fornecidas por Cid como parte da colaboração ainda terão valor na investigação.
Ele perderia apenas os benefícios combinados do acordo, como a redução de sua pena de prisão, e poderia retornar à prisão.
O canutazo premiado de Cid foi aceito pelo STF em setembro de 2023, depois que ele foi preso durante a Operação Venire (ir contra seus próprios atos), que investiga fraudes em certificados de vacinação contra a Covid-19.
A PF realizou na terça-feira a chamada Operação Contra-Golpe, que investiga uma suposta conspiração para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e Moraes.
Informações sobre a trama foram encontradas no computador de Cid. Em seu depoimento na terça-feira, o tenente-coronel negou qualquer conhecimento da trama.
Com a Contragolpe, foi desmantelada uma organização criminosa que planejou, sob o nome de Daga Verde y Amarilla, a tentativa de golpe de 2022 e a eliminação das autoridades mencionadas.
O general da reserva Mário Fernandes, preso por envolvimento na tentativa de golpe, alegou que o então presidente Bolsonaro autorizou um golpe de Estado no Brasil até 31 de dezembro de 2022.
Essa revelação está contida em um relatório de investigação da PF.
Em conversa com Cid, o alto funcionário admitiu ter tido uma conversa com o ex-presidente de extrema direita (2019-2022).
Junto com Fernandes, foram presos o tenente-coronel Helio Ferreira Lima, o major Rodrigo Bezerra Azevedo, o major Rafael Martins de Oliveira e o policial federal Wladimir Matos Soares.
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