A partir desta sexta-feira, está em vigor a proibição do proselitismo e da propaganda política nos meios de comunicação e espaços de todos os tipos, uma trégua à campanha que não foi decidida no dia 27 de outubro, quando a Frente Ampla (FA) foi a mais votada, mas sem obter os 50 % mais um dos votos conforme exigido por lei.
Até hoje, o porta-estandarte da Frente Ampla, Yamandú Orsi, liderava as sondagens, mas não o suficiente para prever uma vitória segura contra o seu rival, Álvaro Delgado, à frente da coligação governamental e continuador confesso da administração do presidente Luis Lacalle Pou. Ambos os candidatos encerraram os seus eventos públicos na noite de quarta-feira, com discursos em que enviaram mensagens aos indecisos, que algumas pesquisas estimam em oito por cento do eleitorado.
Orsi falou diante de uma reunião de apoiadores na cidade de Las Piedras, no departamento de Canelones, onde foi prefeito por dois mandatos consecutivos.
Lá ele disse à multidão que isso representa a “certeza” da governabilidade. “Ou o Uruguai cresce junto ou não crescemos”, expressou numa mensagem unificada.
Seu rival encerrou a campanha aos pés do Obelisco desta capital, na presença dos dirigentes e ex-candidatos presidenciais dos partidos da coalizão: Nacional, Colorado, Independiente, Cabildo Abierto e Ambientalista Constitucional.
Álvaro Delgado reiterou a ideia de que conta com o apoio da “maioria silenciosa”, que “não tem bandeira”, uma resposta às sondagens que o colocam em segundo lugar embora em empate técnico com Orsi.
É arriscado prever um vencedor nesta longa mas calma luta eleitoral.
As pesquisas sempre colocaram Orsi à frente, mas limitaram a paridade entre os rivais.
Um fato não insignificante é que a Frente Ampla obteve mais votos no dia 27 de Outubro em 10 dos 19 departamentos, algo sem precedentes num país onde 15 dos presidentes de câmara departamentais estão nas mãos do Partido Nacional no poder, o de Delgado.
Nesse mesmo dia a FA alcançou a maioria no Senado e obteve 48 das 49 cadeiras da Câmara dos Deputados.
Do lado da chamada Coligação Republicana, defende-se que a soma dos votos obtidos nesse dia pelos partidos que a compõem supera o número total de votos da FA, diferença que esperam manter na segunda volta de domingo.
Tal operação aritmética, dizem os especialistas, não garante o resultado da votação do próximo domingo, quando os uruguaios elegerão o timoneiro encarregado dos destinos da menor das repúblicas sul-americanas nos próximos cinco anos.
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