De acordo com o site, essa avaliação surgiu do tenente-coronel Sergio Cavaliere, do Exército e um dos 37 acusados pela tentativa golpista de dois anos atrás.
Segundo a Polícia Federal (PF), essa é também a avaliação de um tipo de Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral.
“E o presidente (Bolsonaro) não vai embarcar sozinho porque pode acontecer o mesmo que no Peru. Ele está com o decreto pronto, ele assina e então ninguém vai para a prisão. Então não se arriscará (…)”, afirmou Cavaliere, segundo a PF, em uma gravação de áudio de 20 de dezembro de 2022.
Castillo foi destituído de seu cargo e preso após uma tentativa frustrada de golpe ao anunciar que fecharia o Congresso em Lima.
A investigação da PF assegura que, na mesma ocasião, Cavaliere respondeu ao coronel Gustavo Gomes: “não vai acontecer nada” depois de perguntar se havia “algo novo no front”.
Ele lamentou que o alto comando do Exército não tenha se juntado ao golpe e a Marinha aceitou, mas precisaria da participação de outra força, pois “não pode suportar a surra que vai levar sozinha”.
Cavaliere ainda atacou membros do alto comando. “Nossos líderes, formados nessa escola de prostitutas, por que escolher um lado, seu lado pessoal, em detrimento do povo”.
Bolsonaro negou o texto da PF. Segundo o político ultradireitista, a palavra golpe nunca esteve no dicionário.
“Vamos tirar da cabeça essa história de golpe, ninguém vai fazer um golpe com generais da reserva e mais meia dúzia de oficiais. É absurdo o que estão dizendo. Por minha parte, nunca houve discussão de golpe”, certificou.
Argumentou que um “golpe de Estado tem que ter a participação de todas as Forças Armadas, senão não é golpe de Estado. Ninguém faz um golpe de Estado num domingo, em Brasília…”, referiu.
No documento policial, Bolsonaro e outras 36 pessoas são acusados de crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
A Procuradoria Geral da República recebeu do Supremo Tribunal Federal (STF) o relatório final da PF e agora pode arquivar o caso, apresentar imputação ou pedir mais investigações.
Se surgir uma denúncia, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, poderá aceitar a acusação e haverá uma ação penal.
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