O dia deste ano é celebrado sob o lema “Vamos para o caminho dos direitos: Minha saúde, meu direito”, com o objetivo de acabar com a AIDS como ameaça à saúde até 2030, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Apesar do enorme progresso na resposta ao HIV, as violações dos direitos humanos continuam a impedir que o mundo acabe com a AIDS”, disse Winnie Byanyima, diretora executiva do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS).

Entre os problemas que impedem que as pessoas tenham acesso a serviços de HIV que salvam vidas para acabar com a pandemia, ela citou a falta de acesso das meninas à educação, a impunidade da violência baseada em gênero e o fato de que elas podem ser presas por serem quem são ou pelo que amam.

De acordo com um novo relatório do UNAIDS, dos 39,9 milhões de pessoas que vivem com HIV, 9,3 milhões ainda não têm acesso ao tratamento que salva vidas.

No ano passado, 630.000 pessoas morreram de doenças relacionadas à AIDS e 1,3 milhão em todo o mundo contraíram o HIV.

O estudo mostrou que, em pelo menos 28 países, o número de novas infecções por HIV está aumentando.

Todos os dias em 2023, 570 mulheres jovens e meninas de 15 a 24 anos foram infectadas pelo HIV, enquanto em cerca de 22 países no leste e sul da África, as mulheres nessa faixa etária têm três vezes mais chances de viver com a doença do que seus colegas homens.

O documento destacou que a criminalização e a estigmatização de comunidades marginalizadas continuam a obstruir o acesso a serviços adequados e observou que 63 países continuaram a criminalizar as relações entre pessoas do mesmo sexo no ano passado.

O UNAIDS enfatizou que, embora a ciência tenha avançado, ela não está chegando a todos os lugares.

Os medicamentos de ação prolongada que precisam ser injetados apenas duas vezes por ano podem desequilibrar a balança, mas somente se a tecnologia for compartilhada para reduzir os preços e permitir a produção em todas as partes do mundo, disseram os especialistas.

Nesse contexto, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) lançou a campanha “Better with PrEP” (Melhor com PrEP), com o objetivo de expandir o acesso à profilaxia pré-exposição (PrEP) na América Latina e no Caribe para prevenir o HIV.

Ela também busca aumentar a conscientização sobre esse medicamento altamente eficaz para prevenir o HIV quando tomado de forma consistente.

Embora essa intervenção preventiva esteja provando ser crucial para o controle do HIV na região, a adoção continua limitada.

Até o final deste ano, 24 dos 33 países da América Latina e do Caribe haviam adotado a PrEP como política de saúde pública e, embora mais de 160.000 pessoas já estejam se beneficiando de seu uso, os esforços continuam para atingir a meta de 2,3 milhões na região.

“Apelamos a todos os países da região para que transformem a realidade do HIV com políticas de PrEP inclusivas e ampliadas. A eliminação do HIV é possível, mas somente se agirmos com coragem e compromisso”, disse o Dr. Jarbas Barbosa, Diretor da OPAS.

O HIV/AIDS é uma das mais de 30 doenças transmissíveis e condições relacionadas que a OPAS pretende eliminar até 2030.

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