O cinema central Yara da capital cubana será o anfitrião desta exibição, um dos momentos mais esperados pelos adeptos do evento cinematográfico em sua 45ª edição.
Segundo o que disse com exclusividade à Prensa Latina o diretor Rodrigo García Barcha, filho de Gabriel García Márquez e um dos produtores do audiovisual, não só é bom, mas justo e necessário que esses dois primeiros capítulos sejam apresentados no Festival de Cinema de Havana.
Gabo esteve inúmeras vezes no Festival de Cinema de Havana e “sempre tentou estrear lá tudo o que pudesse ser divulgado e em que ele tivesse uma palavra a dizer”, expressou por e-mail.
Embora já não vá a Cuba há algum tempo, observou o realizador colombiano, fui durante muitos anos da minha juventude e tenho muito boas recordações do país e do cinema que lá se faz.
O Festival de Cinema de Havana foi um capítulo muito grande na minha vida, na vida dos meus pais e na do meu irmão Gonzalo, fiz grandes amigos, disse o realizador colombiano e recordou a sua amizade com Rapi Diego, sua irmã (Josefina) e seu pai Eliseo Diego.
Além disso, lembrou com muito carinho e admiração Tomás Gutiérrez Alea, Gerardo Chijona…
A relação do meu pai e da nossa família em geral com este evento na capital cubana e, claro, com a Fundação Novo Cinema Latino-Americano é muito profunda, enfatizou.
Rodrigo também deu detalhes sobre sua participação na produção da série Cem Anos de Solidão e explicou que se propôs a manter uma distância respeitosa para que a equipe criativa tivesse espaço para interpretá-la como considerassem.
Acho que para ser fiel à essência do romance, observou, é preciso adaptar a obra, são formatos diferentes, mídias diferentes.
Sempre comentei e dei minha opinião quando solicitado, mas quem estava fazendo a série tinha um desafio muito grande e eu não queria estar ali como diretor, roteirista e filho do autor, dizendo sim e não, frisou.
Na sua opinião, muitas das obras de Gabo que foram adaptadas, seja como filmes ou séries, sofreram com muito respeito pelo autor e muito respeito pelo livro e “para ser fiel é preciso ser infiel, pelo menos neste adaptar livros”.
As prévias desta produção da Netflix que recria o universo mítico de Macondo mostram paisagens que impressionam pela beleza. Precisamente, indicou Rodrigo, uma condição para a realização do audiovisual era que fosse filmado inteiramente na Colômbia e, claro, em espanhol.
As pessoas, tanto na frente quanto atrás das câmeras, tinham que ser colombianos e latino-americanos, e assim foi feito
Rodrigo e seu irmão Gonzalo García Barcha atuaram como produtores executivos da série Cem Anos de Solidão, dirigida por Alex García-López e Laura Mora.
Antes de sua estreia na Netflix, e graças aos recentes acordos com esta empresa, os dois primeiros capítulos da tão esperada série chegam nesta sexta-feira ao 45º Festival Internacional do Novo Cinema Latino-Americano de Havana, que começou na véspera e vai até 15 de dezembro. Dezembro.
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