Os movimentos também pedem a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outras 36 pessoas acusadas pela Polícia Federal (PF) de tentativa de golpe de Estado em 2022.
Por fim, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou no dia 26 de novembro à Procuradoria-Geral da República (PGR, fiscalização) o relatório do inquérito policial sobre a tentativa de golpe.
Em meio a expectativas, fontes judiciais indicaram que somente em fevereiro será conhecida a decisão do Ministério Público sobre denunciar ou não Bolsonaro e os demais réus pelo suposto plano contra a democracia.
Além disso, entre as acusações estão um aparente complô para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin em 2022, e um plano para atacar instituições importantes como o STF, em particular eliminando De Moraes.
O relatório final da PF revela ainda, entre outras questões, que as provas colhidas demonstram inequivocamente que Bolsonaro “planejou, agiu e teve controle direto e efetivo dos atos executivos praticados pela organização criminosa que tinha por objetivo a realização de um crime” golpe de Estado e a abolição do Estado Democrático de Direito”.
O documento especifica que a trama não ocorreu apenas devido a acontecimentos “fora do controle” do ex-governante (2019-2022).
Ao todo, a investigação lista oito episódios para indicar o papel do político de extrema direita no acontecimento antidemocrático.
Ele afirma que a tentativa só não foi adiante devido à recusa dos comandantes do Exército e da Aeronáutica naquele momento, e a maioria do alto comando do Exército não aderiu ao golpe.
Se a acusação da PGR for definitivamente apresentada, o Supremo deverá decidir se aceita as acusações e abrir um processo criminal.
O notório caso representa um teste significativo para as instituições democráticas e a capacidade da justiça no Brasil para lidar com crimes de grande repercussão.
“Mesmo vindo de um grupo político com notória inclinação golpista, autoritário e contrário à democracia, o grau de violência e desumanidade causa espanto”, avalia nota conjunta de organizações sindicais como a Central Única dos Trabalhadores, a Central dos Trabalhadores do Brasil , a Intersindical e a Fuerza Sindical.
Considera que o caso extrapola a já grave definição de conspiração política e caminha para o crime organizado e o terrorismo.
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