“Dissemos várias vezes que uma trégua em si não é o que queremos. Buscamos uma paz que ocorrerá depois que todas as nossas condições forem atendidas e depois que todos os objetivos estabelecidos por nós forem alcançados”, disse o porta-voz aos repórteres.
A Rússia, continuou ele, continua aberta a negociações para resolver o conflito, está pronta para elas e as considera “possíveis e necessárias com base nos acordos de Istambul de 2022”.
Com relação à reportagem da Reuters de que a União Europeia está considerando uma possível coalizão de cinco a oito países para enviar tropas à Ucrânia no final do conflito, Peskov disse que a ideia pode e deve ser discutida durante as negociações.
A Rússia está realizando uma operação militar especial na Ucrânia desde 24 de fevereiro de 2022, que, segundo o presidente Vladimir Putin, visa proteger a população do “genocídio do governo de Kiev”.
Ele também procura lidar com os riscos à segurança nacional representados pelo avanço da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em direção ao leste.
A última rodada de negociações entre Moscou e Kiev para chegar a um acordo sobre o fim das hostilidades ocorreu em 29 de março de 2022 na cidade turca de Istambul e, desde então, os países não retomaram as negociações.
Moscou declarou repetidamente sua disposição de retomar o processo de negociação com Kiev, mas condicionou isso ao cancelamento do decreto ucraniano que proíbe a retomada das negociações com a Rússia.
Em 14 de junho, Putin formulou várias condições essenciais para o início das negociações de paz, em especial a retirada das tropas ucranianas de quatro novos territórios russos, a saber, Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporozhie.
Também exige que Kiev desista de ser membro da OTAN e mantenha o status de neutro, não alinhado e não nuclear, e que todas as sanções contra a Rússia sejam suspensas.
O presidente ucraniano Vladimir Zelensky, por sua vez, rejeitou a proposta como um ultimato.
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