Para alguns membros do Comitê de Saúde e Trabalho, não há tempo suficiente – as sessões extraordinárias terminam em 31 de dezembro – para iniciar o primeiro debate sobre o chamado Projeto de Lei 163 sobre reformas em uma instituição pública marcada pela crise financeira e estrutural, portanto as deliberações poderiam ser transferidas para janeiro próximo.
As consultas à população e aos sindicatos começaram na capital em 6 de novembro e, desde 11 de dezembro, foram transferidas para Bocas del Toro, Chiriquí, Herrera, Panamá Ocidental e, na segunda-feira, serão realizadas na ilha caribenha de Colón, com a maioria dos participantes pedindo que o documento apresentado pelo governo seja retirado devido a várias inconsistências.
A rejeição de medidas paramétricas como o aumento da idade de aposentadoria, os poderes excessivos concedidos ao diretor da CSS para administrar as reservas da entidade e o sistema de contas individuais no pagamento de pensões em detrimento do sistema de solidariedade são algumas das reclamações.
Sobre esse processo, Javier Pinzón, representante da Fedecámaras de Chiriquí, considerou que o projeto deve ser discutido com calma para se chegar a um consenso.
Enquanto isso, Juliana Santiago Santo, presidente do Congresso Geral da região de Ngñbe Buglé, disse que a evasão fiscal no pagamento de contribuições patronais deve ser acompanhada.
Enquanto isso, neste domingo, em seu habitual comunicado de imprensa de fim de semana, a Câmara de Comércio e Indústria do Panamá (CCIAP) lançou a campanha “Uma Caixa para Todos”, com o objetivo de ensinar e incentivar a participação dos cidadãos.
Por meio de conteúdo claro e acessível, a campanha visa desmistificar as questões mais complexas relacionadas à CSS e capacitar os cidadãos com informações que lhes permitam ser parte ativa do debate, afirma a mensagem.
De acordo com o Cciap, para que as soluções para o problema da SSDC sejam eficazes, elas precisam primeiro ser compreendidas. Essa é a única maneira de construir um consenso nacional que transcenda os interesses políticos ou setoriais.
Na quinta-feira passada, membros da aliança Pueblo Unido por la Vida marcharam na capital até o prédio do Legislativo para exigir a rejeição dessa iniciativa, da qual o Presidente da República, José Raúl Mulino, é seu mais fervoroso defensor.
Em declarações à Prensa Latina, o secretário-geral da Confederação Nacional da Unidade Sindical Independente (Conusi), Marco Andrade, comentou que houve uma rejeição generalizada da iniciativa.
Essa lei, disse ele, não resolve as necessidades dos trabalhadores e de suas famílias, e promove a privatização com contas individuais que só forneceriam pensões de miséria.
O secretário geral da Associação de Professores do Panamá, Fernando Ábrego, também denunciou o fato de que o projeto de lei dá ao atual diretor da CSS, o empresário Dino Mon, poderes que lhe permitem administrar os fundos dos segurados com a clara intenção de entregá-los a empresas privadas internacionais e locais, as mesmas que estão inadimplentes em seus pagamentos ou evadem impostos para ficar com o dinheiro dos trabalhadores e aposentados.
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