Segundo Vera, em 17 de dezembro recebeu em seu escritório o presidente do Conselho da Magistratura, Mario Godoy, e outros funcionários que a advertiram de uma possível demissão se emitisse uma sentença a favor de Abad.
A magistrada alegou ter em seu poder um pen drive com instruções sobre como ela deveria decidir e responsabilizou essas pessoas por qualquer ameaça à sua integridade ou à de sua família.
Após essas declarações, o Conselho Judiciário, órgão responsável pela administração e disciplina do judiciário, emitiu uma declaração rejeitando as acusações, que descreveu como mal-intencionadas e de cunho político.
De acordo com o texto, que não menciona Vera ou Abad, a instituição reafirma seu compromisso com os princípios de independência e transparência judicial, que são essenciais para a democracia equatoriana.
Godoy, por sua vez, negou em uma coletiva de imprensa que tenha exercido pressão sobre o juiz para emitir uma sentença contra o vice-presidente da República.
Nego categoricamente. Não realizo processos de sanção ou ameaças de sanção, nem a esse médico nem a nenhum operador de justiça”.
A Assembleia Nacional (Parlamento) anunciou que iniciará processos de controle na Comissão de Justiça e Estrutura do Estado para determinar as responsabilidades políticas nesse caso e convocará Godoy para comparecer ao plenário.
Na segunda-feira, Vera decidiu a favor do vice-presidente Abad e anulou a sanção administrativa que o suspendeu do cargo por 150 dias.
Como medida de reparação, a juíza ordenou que o Ministério do Trabalho anulasse a súmula administrativa e que sua diretora, Ivonne Núñez, fizesse um pedido público de desculpas a Abad, que foi enviado de volta à Turquia pelo presidente Daniel Noboa, onde deve chegar antes de 27 de dezembro.
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