De acordo com a declaração da Autoridade do Canal do Panamá (ACP), que cita o chamado Sistema de Medição Universal, 423 milhões de toneladas foram movimentadas pela hidrovia interoceânica.
Esse número é 17% menor do que no ano fiscal de 2023, quando totalizaram 511 milhões de toneladas.
Apesar da contração causada pela seca prolongada entre julho do ano passado e abril último, que levou a uma redução no número de trânsitos diários, o Canal continuou sendo uma referência importante para a movimentação de quatro a cinco por cento do comércio marítimo mundial.
Os principais clientes permaneceram inalterados, com os Estados Unidos em primeiro lugar, com mais de 160,1 milhões de toneladas (74,7%) da carga total que passa pela rota.
Em seguida, vem a China (21,4%), movimentando 45,04 milhões de toneladas no ano fiscal de 2024, depois o Japão (14,6%), equivalente a 30,7 milhões de toneladas; a Coreia do Sul (9,4%), com 19,6 milhões de toneladas; e o Chile (8,3%), com um volume de 17,4 milhões de toneladas.
O estudo afirma que as principais rotas incluem a costa leste dos Estados Unidos e sua interconexão com a Ásia, a costa oeste da América do Sul e Central, e da Europa para a costa oeste dos Estados Unidos.
As declarações mais recentes do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que assumirá o cargo em 20 de janeiro, geraram um grande alvoroço no istmo quando ele ameaçou retomar o controle do Canal do Panamá se as autoridades do país centro-americano não reduzirem as tarifas que cobram pelo seu trânsito.
O Presidente da República, José Raúl Mulino, repudiou a ameaça em uma mensagem institucional e disse que a soberania da rota transoceânica não é negociável, algo que recebeu o apoio de vários líderes latino-americanos.
As organizações sociais também se manifestaram em frente à embaixada dos EUA e exigiram que Mulino chamasse a então embaixadora Mari Carmen Aponte para prestar contas.
Durante o dia, o jornal La Prensa publicou uma mensagem de Trump na rede social, na qual ele anunciava que nomearia Kevin Marino, atual comissário do condado de Miami-Dale, como embaixador no Panamá, e insistia que o país centro-americano está “enganando” os Estados Unidos na hidrovia interoceânica.
O Canal do Panamá foi construído pelos Estados Unidos, que o inauguraram em 1914 e o administraram até sua transferência para o Estado do Panamá em 31 de dezembro de 1999, conforme estabelecido nos Tratados Torrijos-Carter, assinados em 7 de setembro de 1977 em Washington pelos então presidentes do Panamá, Omar Torrijos (1979-1981), e dos Estados Unidos, Jimmy Carter (1977-1981).
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