Após a conclusão do Conselho Sindical Nacional daquela organização, o seu líder Saúl Méndez, denunciou que o Governo, através do Ministério do Trabalho e Desenvolvimento do Trabalho (Mitradel), ordenou a intervenção policial para boicotar e reprimir o protesto iniciado na véspera devido a violações do Acordo Coletivo por parte da empresa sul-coreana HPH Joint Venture, responsável pelo megaprojeto.
Por ser parcial com o Executivo, disse Méndez, a pasta Trabalhista e sua chefe (Jackeline Muñoz) não cumprem seu papel de mediadora no conflito, por isso rejeitamos a indicação de indicar a arbitragem obrigatória, especificou.
O porta-voz da aliança Pueblo Unidos por la Vida afirmou que a decisão de Mitradel é inaceitável, ilegal e inconstitucional e responsabilizou o Presidente da República, José Raúl Mulino, e o Ministro do Trabalho pelo que acontece no projeto, situação que, se piorasse, levaria à paralisação de toda a indústria de apoio aos metroviários.
Um comunicado da Suntracs, ao qual a Prensa Latina teve acesso, indica que este conflito tem origem no reiterado descumprimento por parte da HPH JV das normas do Direito do Trabalho e do acordo coletivo, especialmente no que diz respeito ao pagamento e reconhecimento do salário legal e convencional.
A mensagem acrescenta que para iniciar a greve na véspera foram respeitadas todas as etapas legais de negociação com a empresa, com o objetivo de resolver o conflito através de um acordo entre as partes. Face à recusa dos empregadores, no entanto, recorreram-se a meios legais, o que levou à paralisação do trabalho como último recurso para se chegar a uma solução para o conflito.
As alegações, destaca o texto, têm fundamento jurídico, legal e convencional, e também são comprovadas tecnicamente por meio de auditorias trabalhistas forenses, o que a empresa não conseguiu negar ou explicar, limitando-se a simplesmente rejeitar a reclamação.
Rejeitou também que a Mitradel, sem que nenhuma das partes o solicitasse, através de resolução decidisse submeter a greve à arbitragem obrigatória.
O consórcio HPH JV é responsável pela construção da Linha 3 do Metrô do Panamá e é formado pelas empresas Hyundai Engineering & Construction Co., Ltd., Posco Engineering & Construction Co.
A obra que ligará a província do Panamá Oeste à província do Panamá, a partir da Linha 1 do Metrô na estação Albrook, terá uma extensão inicial de 24,5 quilômetros.
Linha 3 Utilizará o sistema monotrilho, que atenderá uma demanda de aproximadamente 160 mil passageiros.
O projecto inclui um túnel com uma extensão total aproximada não superior a 5,3 quilômetros dividido em dois troços e a sua construção demoraria cerca de 33 meses, incluindo os seus equipamentos.
Segundo o Executivo, o custo da obra ronda os três bilhões de dólares e vai gerar cinco mil empregos na província do Panamá Oeste.
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