Em breves declarações ao jornal La Estrella de Panamá, Mulino referiu-se às recentes declarações do político republicano, que se recusou a descartar até mesmo uma ação militar para controlar a hidrovia interoceânica.
Numa conferência de imprensa em Mar-a-Lago, Florida, o magnata insistiu mais uma vez que os panamenhos impuseram tarifas “injustas” aos navios americanos.
Ele ainda garantiu que os navios de guerra americanos “pagam mais do que os de outras nações”, algo que a Autoridade do Canal do Panamá (ACP) negou.
Nesse sentido, não escondeu o seu eventual plano de utilizar o exército para garantir o controle do canal do Panamá e da Groenlândia, tema que tem sido recorrente e polêmico nas últimas semanas, provocando reações imediatas das autoridades das nações envolvidas.
A importante hidrovia interoceânica voltou às mãos dos panamenhos em 1999, após os tratados históricos assinados em 1977 pelo então presidente dos EUA, James Carter, e pelo general Omar Torrijos.
Trump está determinado a que o Canal do Panamá e a Gronelândia são vitais para a segurança nacional, e a sua posição traz à tona um certo cheiro de expansionismo no seu segundo mandato, segundo analistas.
“Não vou me comprometer com isso”, alertou ao responder a uma pergunta dos jornalistas sobre se estaria disposto a usar o exército para atingir os seus objectivos. “Eles podem ter que fazer alguma coisa”, observou ele.
O Canal do Panamá é vital para o nosso país’, afirmou, acrescentando que também precisa da Gronelândia (um território autónomo da Dinamarca) para fins de segurança nacional.
Ele também se referiu a Carter – cujo funeral de estado começa esta terça-feira em Washington DC – como um “bom homem”, mas descreveu como “um grande erro” ter assinado o acordo sobre o Canal.
No dia 31 de dezembro, na comemoração dos 25 anos de administração do Canal do Panamá, Mulino afirmou que a hidrovia interoceânica continuará a ser para os panamenhos e os panamenhos a serviço do mundo.
“Podem ficar tranquilos, ficará para sempre nas nossas mãos”, observou, aludindo sem mencionar as ameaças de Trump, que denunciou a interferência chinesa e anunciou que recuperaria o controlo da rota construída pelo seu país em 1914.
Nas suas palavras, Mulino destacou a importância de manter os progressos alcançados e enfrentar os desafios que temos pela frente, incluindo garantir a gestão sustentável dos recursos hídricos.
Ele também fez um relato histórico das lutas pela soberania da estrada e da nação, e apontou como conquista fundamental a assinatura dos Tratados em 7 de setembro de 1977, em Washington, pelos presidentes James Carter (1977-1981). e Omar Torrijos (1979-1981), “que teve visão e nobreza para seguir o caminho certo para que o Canal tivesse a nacionalidade correspondente, panamenha”, ele enfatizou.
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