Na primeira reunião do órgão deste ano, realizada ontem e presidida pelo presidente João Lourenço, os membros da Comissão deram luz verde a um regulamento que será enviado à Assembleia Nacional.
A legislação permite ao chefe do Poder Executivo decidir sobre os princípios gerais relativos à organização e aplicação da estrutura das tabelas salariais e/ou complementos remuneratórios da função pública.
Este tem sido o principal argumento utilizado pelo Governo para adiar até ao final de março a implementação do aumento de 25 por cento nos salários do setor público, um acordo que surgiu das negociações com os principais sindicatos do país, após duas greves, eleições gerais do ano passado.
O secretário de Estado do Trabalho e da Segurança Social, Pedro Filipe, defendeu na semana passada que esta medida não poderá ser colocada em prática a partir do início de 2025, como tinha sido prometido, devido aos trâmites legislativos necessários que incluem a aprovação do Parlamento.
Ele garantiu, porém, que tudo deverá estar resolvido até o final de março e que serão feitos pagamentos retroativos dos meses jan e fevereiro.
Os principais sindicatos de Angola decidiram na sexta-feira pressionar pelo pagamento imediato de um aumento salarial de 25% no setor público ou então enfrentarão uma greve geral.
Em reunião realizada naquele dia, disseram que se o Executivo persistisse na sua posição de aplicar o aumento salarial retroativamente a partir do final de Março, iriam reunir-se com os trabalhadores no dia 8 de Fevereiro em assembleias provinciais para decidir o caminho a seguir, o que poderia ser desemprego.
O Executivo garantiu que o aumento de 25 por cento está garantido no primeiro trimestre deste ano, mas ainda está pendente a aprovação do pacote salarial pela Assembleia Nacional, cujo primeiro passo é este documento da Comissão Económica do Conselho de Ministros.
A reunião do Conselho também discutiu questões relacionadas aos setores de trabalho, administração pública e seguridade social; agricultura; pesca e recursos marinhos; bem como planejamento e finanças.
Outro ponto foi a aprovação da Estratégia Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional 2024-2034 e seu respectivo Plano de Ação.
Esses documentos contêm diretrizes fundamentais para a promoção de um sistema alimentar e nutricional sustentável no país, que garanta a erradicação da fome e o acesso universal à alimentação adequada para todos os angolanos, afirmou a Presidência.
Eles também discutiram medidas de gestão para a pesca marinha e interior, aquicultura e produção de sal que devem ser observadas ao longo de 2025, a fim de garantir um equilíbrio entre a exploração e a conservação dos recursos biológicos.
A Comissão Econômica também analisou o Decreto Presidencial que aprova o Plano Anual da Dívida para 2025.
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