Em uma mensagem publicada ontem à noite em sua conta no Telegram, a vice-presidente disse que essa corrente mergulhou nossa irmã Colômbia em “uma violência sem precedentes, desorganizou o sistema político por meio de relações narcóticas” e agora busca ameaçar a paz e a tranquilidade da República Bolivariana.

Rodríguez disse que o povo venezuelano se manifestou em alto e bom som em repúdio às “tentativas de violar nossa soberania territorial” por parte do ex-presidente colombiano Álvaro Uribe (2002-2010) e seus aliados locais do fascismo extremista “liderados por um fantoche ensandecido e apátrida”.

O vice-presidente setorial para a economia enfatizou que a Venezuela, em unidade nacional, jamais permitirá que tais criminosos se apropriem da vontade do povo ou ocupem os espaços políticos que deveriam estar a serviço da democracia, da paz e do desenvolvimento.

“Na voz do Comandante (Hugo) Chávez, respondemos a esses criminosos e vermes covardes! A Venezuela continuará em paz”, reafirmou.

Nos últimos dias, várias autoridades levantaram suas vozes, juntamente com o povo, em rejeição às declarações do ex-presidente que, em um ato público em Cúcuta na última sexta-feira, pediu “uma intervenção internacional, de preferência endossada pelas Nações Unidas”.

O objetivo é destituir o governo constitucional legítimo de Nicolás Maduro, que tomou posse como presidente para um novo mandato de seis anos em 10 de janeiro.

Em agradecimento ao repúdio expresso pelo ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez às ameaças de Uribe, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, descreveu os pedidos de intervenção militar como irresponsáveis, pois “ameaçam a vida e a paz de nossos povos”.

O presidente venezuelano Nicolás Maduro também chamou Uribe de “um triste paramilitar e narcotraficante, assassino, criminoso e covarde” durante a cerimônia de encerramento do Festival Internacional Mundial Antifascista, que aconteceu em Caracas durante três dias, e pediu que ele viesse para a frente das tropas, mostrasse seu rosto e não enviasse outros.

Os comentários do ex-presidente colombiano foram repetidos na rede social X por Leopoldo López, fugitivo da justiça venezuelana e residente no exterior (Espanha), que pediu uma “séria consideração da proposta”.

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, emitiu ontem um novo mandado de prisão e alerta vermelho à Interpol contra o foragido da justiça e líder da oposição Leopoldo López, pelos crimes de instigação de ação armada contra o país, traição, conspiração e associação com o crime organizado.

Saab afirmou que a Procuradoria Geral da República não permitirá intervenções militares de estrangeiros ou atores nacionais que pretendam afogar o país em um banho de sangue.

jha/jcd/jb