20 de January de 2025
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Equador: Críticas a Noboa por evitar responder sobre crime infantil

Equador: Críticas a Noboa por evitar responder sobre crime infantil

Quito, 20 jan (Prensa Latina) O debate dos 16 candidatos presidenciais no Equador tem hoje várias leituras, entre elas, reprovações ao presidente candidato à reeleição, Daniel Noboa, por evitar responder os nomes das quatro crianças recentemente desaparecidas e assassinadas.

“Não havia nenhuma pergunta”, disse ele depois que Francesco Tabacchi, candidato do movimento Creando Oportunidades (CREO), pediu que ele dissesse os nomes das crianças e pedisse perdão ao país.

Em seu discurso, Noboa imediatamente atacou Tabacchi e disse que, quando ele era governador da província de Guayas, “foi o período mais violento da história” da província, enquanto que no atual mandato a situação “melhorou em 22%”.

No entanto, Noboa garantiu que todos os envolvidos no caso das crianças desaparecidas pelos militares e posteriormente encontradas mortas “serão levados à justiça”.

Como resultado desse tropeço durante o debate, dezenas de comentários nas mídias sociais lamentaram a atitude do presidente, que está buscando um novo mandato de 2025 a 2029.

Luisa González, candidata da Revolução Cidadã, começou sua intervenção no debate de domingo mencionando os nomes dos meninos: Ismael, Nehemías, Steven e Josué.

A jornalista Karol Noroña, em sua conta no X, criticou Noboa por não ter lembrado os nomes dos menores e lamentou que a grande maioria dos candidatos à presidência colocasse as crianças e os jovens “no centro de sua política de segurança, não para protegê-los, mas para aprisioná-los”.

Sybel Martínez, advogada e especialista em questões de crianças e adolescentes, indicou que o presidente não quis responder à pergunta e disse: “Nem perdoar nem esquecer!

Esse caso abalou o país em dezembro de 2024, quando os irmãos Josué e Ismael Arroyo, de 14 e 15 anos, respectivamente, e seus amigos Nehemías Saúl Arboleda, de 15 anos, e Steven Medina, de 11 anos, saíram para jogar futebol em 8 de dezembro e nunca mais voltaram para casa.

Seus corpos carbonizados com vestígios de tortura foram descobertos semanas depois perto da base militar de Taura, em Guayaquil, e em 31 de dezembro um juiz ordenou a prisão preventiva dos 16 membros da Força Aérea Equatoriana (FAE) envolvidos nos eventos.

Esse fato colocou em dúvida as Forças Armadas, questionadas por organizações de direitos humanos e cidadãs devido às suas ações no contexto do conflito armado interno, uma medida tomada por Noboa, que há mais de um ano vem se apoiando na militarização para enfrentar o crime organizado.

mem/avr/jb

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