Manágua, 20 jan (Prensa Latina) O Teatro Nacional Rubén Darío, na Nicarágua, que se destaca por sua arquitetura e desenho acústico, é hoje o espaço cultural mais importante desta nação centro-americana.
Por: Yosbel Bullaín,
correspondente-chefe da Prensa Latina na Nicarágua.
Depois de sua inauguração em 1969, essa instituição foi classificada pelo jornal norte-americano The New York Time como a quarta melhor da América Latina e, na opinião de seu atual diretor geral, Ramón Rodríguez, é uma referência na região e o lugar onde se honra a memória e a obra do poeta nacional Rubén Darío. “Justificamos a data de inauguração porque estabelecemos que deve ser comemorado o aniversário todo dia 18 de janeiro, porque é o dia em que Rubén Darío nasceu, e também marca o início do programa anual da nossa instituição”, disse Rodríguez à Prensa Latina.
O codiretor do Instituto de las Culturas de Pueblos y Juventudes também comentou que, embora as administrações anteriores cuidassem da manutenção, nunca o fizeram como o governo sandinista.
“Desde a primeira fase da Revolução, na década de 1980, até 1990, e agora, desde 2007, ela vem praticamente sustentando toda a infraestrutura de nossa instituição”, disse ele.
Acrescentou que, antes dessa época, poucos artistas nicaraguenses se apresentavam no Rubén Darío, porque era um teatro elitista, onde eram apresentados bons espetáculos estrangeiros, mas nunca nacionais, e não havia acesso aberto ao povo.
A massividade da instituição nunca foi vista como na primeira e segunda etapas da Revolução, afirmou Rodríguez, acrescentando que ela não só serviu como projeção e promoção da cultura nicaraguense, mas também como espaço para o treinamento de coreógrafos, dançarinos e músicos.
Nesse sentido, o regente de orquestra lembrou o treinamento de professores que vieram de Cuba, Argentina, México, da antiga União Soviética e de todos os países socialistas da época.
“Tivemos um boom no desenvolvimento artístico graças à Revolução e agora, 55 anos depois, nesta segunda etapa, vemos como a arte e a cultura floresceram”, disse ele.
De acordo com Rodríguez, desde 2007 (o início da segunda fase da Revolução) o teatro desenvolveu uma perspectiva cultural com presença nacional.
Esse coliseu das artes cênicas nicaraguenses abriga um programa inclusivo para crianças, jovens e adultos, permitindo que cerca de 40.000 pessoas assistam aos ensaios gerais, óperas e zarzuelas da Fundação Incanto, o que o torna um espaço único.
“Organizamos oito óperas e quatro zarzuelas durante o ano e isso faz com que as pessoas venham porque é totalmente gratuito”, enfatizou o diretor.
Ele fez referência à programação ativa da instituição, ao mesmo tempo em que mencionou os diferentes espaços culturais no emblemático edifício, criado pelo arquiteto nicaraguense José Francisco Terán Callejas.
“Temos o Salón de los Cristales, onde são realizadas apresentações de música de câmara e de livros, há uma galeria para atividades relacionadas às artes plásticas e também temos o teatro experimental e a Sala Mayor, que é o local principal”, disse ele.
O Teatro Nacional Rubén Darío já recebeu, entre outros, importantes apresentações internacionais, como o Balé Nacional de Cuba e o Teatro Bolshoi da Rússia, além de renomadas orquestras sinfônicas da América Central e vários grupos culturais nicaraguenses.
Também foi palco de festivais de bolero e música clássica, e tem um programa de festivais de balé e dança contemporânea.
“Isso mostra que estamos sempre interessados em oferecer ao nosso povo uma oferta cultural que engloba todos os gêneros artísticos”, disse o ministro.
Ele disse que o local rompeu todos os moldes e o descreveu como um teatro único na América Latina, com a visão de aproveitar ao máximo e desenvolver a cultura para o benefício dos nicaraguenses.
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