Essa foi a conclusão de especialistas no Brasil convidados pela Advocacia-Geral da União para debater a decisão da entidade que também controla os aplicativos de mensagens WhatsApp e Messenger.
Para os 45 especialistas, entre eles membros do Governo, representantes de plataformas digitais e agências de verificação, a substituição da política de verificação pelo sistema de “Notas Comunitárias” poderá acelerar ainda mais as divisões políticas, o ódio religioso, o ódio racial, entre outras coisas.
Segundo especialistas, a emenda promove uma “escalada do antijornalismo”.
Eles também explicaram que, embora as mudanças inicialmente se apliquem apenas aos Estados Unidos, elas terão “consequências imediatas em todo o mundo”.
Segundo Mark Zuckerberg, dono da Meta, as exchanges buscam o equilíbrio ideal entre liberdade de expressão e segurança.
“Esperamos que a desinformação seja melhorada ao capacitar nossos usuários a decidir quando as postagens são potencialmente enganosas e precisam de mais contexto, reduzindo o risco de viés nas decisões de moderação de conteúdo”, disse a empresa.
Tai Nalon, fundador e CEO da agência Aos Fatos, observou que os comentários da Meta sugerem que os verificadores de conteúdo foram responsáveis pela censura, mas explicou que as grandes empresas de tecnologia nunca deram às agências tal “capacidade e autoridade” contra as contas.
Ele disse que foi confirmado que frases como “Brancos são os melhores” e “Odeio negros” agora estão “autorizadas a circular no Instagram e no Facebook no Brasil e no mundo”.
Ele disse que moderação de conteúdo não é censura ou um ataque à liberdade de expressão.
A professora de direito Mariana Valente, diretora do InternetLab, reconheceu que pode haver erros nas políticas de verificação, mas ressaltou que a alternativa escolhida pelo Meta foi um “desligamento declarado”.
Valente apresentou alternativas que as big techs poderiam ter tomado em vez de acabar com a política de verificação, como: investir em melhorias, tornar os filtros mais refinados e precisos ou priorizar investimentos em moderação de conteúdo feita por humanos.
Entre outras soluções, especialistas defenderam a aprovação do Projeto de Lei 2630/2020, conhecido como PL das Fake News, que tramita na Câmara dos Deputados.
Texto como esse regulamenta as redes sociais no Brasil, mas é alvo de divergências no Parlamento.
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