Uma investigação da Autoridade de Proteção da Criança e do Adolescente (AGIA), realizada em conjunto com a organização internacional de direitos humanos Terres des Hommes e o Hospital Universitário de Pádua, na região norte do Vêneto, mostra a gravidade deste fenômeno e propõe ações para resolva isso.
A análise, publicada no site digital da publicação especializada Sanitá Informazione, destaca a importância de investir em uma ampla formação sobre esse problema, já que, segundo a pesquisa realizada, 57,6% dos médicos e psicólogos italianos carecem de preparação adequada nesses temas.
No estudo, que também contou com a participação da Coordenação Italiana de Serviços contra Abusos e Maus-Tratos Infantis (Cismai), 97,8% dos entrevistados rejeitaram a ideia de que o atendimento aos abusos deve ser responsabilidade exclusiva de psicólogos e assistentes sociais.
91,9% dos especialistas acreditam que as expressões de abuso infantil na Itália devem ser reconhecidas como tópicos de interesse médico, incluindo casos de abuso físico, sexual e psicoemocional, bem como exploração, assédio online e tráfico de crianças.
Também está incluída a chamada violência testemunhada, seja física, verbal, psicológica, sexual e econômica, contra figuras parentais ou outras pessoas próximas às crianças.
Além do Hospital Universitário (AOU) de Pádua, participaram deste projeto o Hospital Meyer de Florença, o Hospital Santobono de Nápoles e a Policlínica Giovanni XXIII de Bari, afirma a nota.
Melissa Rosa Rizzotto, especialista da AOU de Pádua responsável por este trabalho, declarou ao anunciar seus resultados que “abordar a questão da violência e do abuso em todas as fases da vida, e em particular na infância, requer uma profunda mudança cultural e o hospital pode desempenhar um papel fundamental.”
“O desafio é desenvolver experiências clínicas e percursos estruturados baseados em evidências científicas e formular diagnósticos cada vez mais precoces e precisos, úteis para o desenvolvimento de ações eficazes de prevenção”, acrescentou Rizzotto.
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