Segundo a entidade, a mudança acabou afetando a continuidade do ensino escolar indígena.
Segundo a APIB, a lei revogou dispositivos que estabeleciam política educacional nas regiões interioranas, onde não há ensino regular.
O modelo antigo garantia a presença de professores nas aldeias indígenas.
Tal sistema também garantiu a presença de professores em comunidades indígenas e tradicionais.
A nova legislação substituiu o modelo presencial pelo modelo online.
Segundo a associação, com essa revogação, o chamado Sistema Modular de Educação Indígena desapareceu da legislação estadual, gerando uma situação de insegurança jurídica.
O pedido de interpelação visa afastar interpretações do dispositivo que não contemplem a educação indígena e suas especificidades.
Aprovada em dezembro, a Lei 10.820/2024 estabeleceu regras para o magistério público estadual, como plano de cargos, carreiras, jornada de trabalho, entre outros pontos.
Desde 13 de janeiro, centenas de lideranças indígenas e educadores de diversas etnias ocupam o prédio da Secretaria de Educação do Pará, em sua capital, Belém, em protesto contra a retirada do ensino médio presencial em comunidades remotas e a revogação da nova lei.
A ocupação é liderada por profissionais de educação indígenas da região do Baixo Tapajós, no oeste do estado.
O grupo representa as 14 comunidades que sobrevivem no território.
A mobilização ganhou o apoio de outros professores da rede pública de ensino do Pará, que anunciaram no dia 17 de janeiro uma greve geral por tempo indeterminado.
Dados oficiais indicam que cerca de 900 mil brasileiros se identificam como indígenas.
No entanto, nas últimas décadas, especialistas dizem que esse número aumentou. São famílias mistas que foram expulsas de seus territórios ao longo do tempo e que agora buscam recuperar sua identidade coletiva.
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