“Se a União Europeia reconhece ou não estas eleições, é questão de gosto. Para mim, o mais importante é que os bielorrussos reconheçam essas eleições e que elas terminem pacificamente, assim como começaram. Isso é o principal”, declarou o presidente após votar no colégio eleitoral localizado na Universidade Estadual de Cultura Física de Bielorrússia.
Nesse contexto, o chefe de Estado classificou a recente resolução do Parlamento Europeu, que rejeita a realização e o resultado das eleições na República, como um “subserviência às autoridades americanas”.
“A Europa tem apenas um caminho sensato, que é seguir uma política soberana. Façam um acordo com a Rússia, os russos estão dispostos a vender gás e outros recursos a preços baixos. Se a Europa chegar a um acordo com a Rússia, nem os Estados Unidos nem a China poderiam enfrentar essa união”, destacou Lukashenko.
Ele acrescentou que Minsk está disposta a dialogar com as autoridades do chamado Velho Continente em condições de igualdade.
“Nunca renunciamos às relações com o Ocidente. Sempre estivemos dispostos. Mas eles não querem. Então, o que devemos fazer? Nos curvar ou nos ajoelhar? Estamos dispostos a dialogar com a União Europeia, até mesmo com aqueles que adotaram uma política agressiva contra nós”, argumentou.
Em relação ao conflito russo-ucraniano, o líder bielorrusso afirmou que sua aspiração é pôr fim às confrontações ainda neste ano.
“Este ano haverá algum tipo de desfecho. Não estou dizendo que a guerra terminará, mas provavelmente haverá conflitos por muito tempo. No entanto, haverá um desfecho. Uma luz no fim do túnel aparecerá este ano”, enfatizou o político.
Lukashenko também destacou que os bielorrussos são partidários da paz na Ucrânia, mas que “é preciso levar tudo em consideração, incluindo a posição da Rússia”.
“Nem os Estados Unidos forçarão a Rússia, nem Trump é tolo para forçar Putin. E, se o fizer, será em seu próprio prejuízo. Não podem nos forçar ou nos manipular, temos nossos próprios interesses, e Moscou ainda mais. Mas não queremos guerra, não queremos que as pessoas morram. Porque milhões morreriam”, reconheceu Lukashenko.
A Comissão Eleitoral Central de Bielorrússia informou anteriormente que mais de 5.300 colégios eleitorais estão operando para atender cerca de 6,9 milhões de cidadãos inscritos no registro eleitoral. A votação terminará às 20h, horário local.
Os concorrentes na corrida presidencial são o atual chefe de Estado, o presidente do Partido Liberal Democrático, Oleg Gaidukévich, a empresária Anna Kanopátskaya, o primeiro secretário do Comitê Central do Partido Comunista, Serguéi Syrankov, e o chefe do Partido Republicano do Trabalho e da Justiça, Aleksandr Jizhniak.
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