No mesmo dia de sua posse no Capitólio, em 20 de janeiro, Trump anunciou uma agenda agressiva voltada para a imigração, energia e comércio internacional, e também desmantelou as disposições de seu antecessor democrata Joe Biden.
Entre as primeiras medidas tomadas após entrar no Salão Oval, o presidente declarou emergência nacional na fronteira sul para atacar a migração irregular; enviou mais 1.500 soldados para a fronteira com o México e iniciou o polêmico processo de invasões e deportações, para o qual até aeronaves militares estão sendo usadas.
Ele também tirou a poeira do programa “Stay in Mexico” (Fique no México); cancelou o CBP One, uma medida da era Biden que permitia a entrada legal nos Estados Unidos; eliminou a cidadania por nascimento; bem como a chamada liberdade condicional humanitária que beneficiava pessoas da Nicarágua, Haiti, Cuba e Venezuela.
Com relação à energia, o republicano iniciou uma revisão de todas as políticas energéticas do governo anterior e ordenou um aumento na produção de combustíveis fósseis e uma redução nas regulamentações ambientais. “Perfurar, perfurar, perfurar, perfurar”, disse Trump.
Ele assinou a retirada dos EUA do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas (ele fez o mesmo em seu primeiro mandato) e também pretende formalizar a saída da Organização Mundial da Saúde, uma decisão considerada como “um erro estratégico”.
Com relação ao comércio internacional, Trump prometeu aumentar as tarifas sobre as importações do México, Canadá e China, o que poderia levar a tensões globais.
Justamente a investida de Trump contra a cidadania por nascimento já foi contestada nos tribunais. A União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) se opôs a ela, assim como cerca de 22 estados.
“Negar a cidadania a crianças nascidas nos Estados Unidos não é apenas inconstitucional, é um repúdio imprudente e insensível aos valores americanos”, disse Anthony Romero, diretor executivo da ACLU.
Outra das ordens do 47º presidente foi perdoar os agressores do Capitólio em 6 de janeiro de 2021. A ex-secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, alertou que o perdão imerecido envia uma mensagem clara: não há consequências para seus crimes.
Aqueles eventos sem precedentes deixaram cinco mortos e mais de 140 policiais feridos, mas Trump, em sua campanha para a presidência, chegou a descrever aquele dia como um dia de “amor e paz”.
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