No total, a PF indiciou 40 pessoas pela trama, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro e os generais Walter Braga Netto e Augusto Heleno.
“Tecnicamente, é possível”, respondeu Rodrigues quando questionado no programa de TV Cultura Roda Viva.
Ele disse que isso seria viável “desde que haja uma reunião de pessoas com autoria, materialidade e circunstância de participação no crime. Isso é tecnicamente possível agora”, enfatizou.
No entanto, ele admitiu que não poderia “entrar no campo da especulação”, que uma análise do material apreendido na Operação Backlash está em andamento e que um novo relatório ainda será enviado.
A declaração veio após uma menção ao delator premiado, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-assessor de Bolsonaro.
“Vamos buscar provas para confirmar, ou não, o que foi dito”, continuou o delegado de polícia e certificou que “assim que chegarmos a um resultado conclusivo, vamos apresentá-lo ao judiciário”.
Em outra área, Rodrigues reconheceu que a corporação não encontrou provas suficientes para acusar a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (filho do ex-chefe do Executivo) na investigação sobre o atentado antidemocrático.
Ele especificou que, embora ambos tenham sido citados por Cid, nenhum elemento adicional foi encontrado.
O tenente-coronel é o delator que detalhou todo o esquema do golpe e nomeou os envolvidos na trama para derrubar as instituições democráticas e anular o resultado das eleições de 2022.
No final do ano passado, a PF enviou ao Supremo Tribunal Federal o relatório final dos processos sobre o plano de golpe.
O documento foi então entregue à Procuradoria Geral da República (Fiscalía General de la Republica), que deverá emitir suas conclusões em fevereiro.
O órgão do poder executivo poderia registrar uma reclamação, solicitar mais investigações ou encerrar o caso de alto perfil.
As 40 pessoas foram acusadas dos crimes de abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de estado e organização criminosa.
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