A Yazaki, depois de 20 anos de atividade no Uruguai produzindo autopeças e outros produtos, antecipou intempestivamente o fechamento de suas fábricas em Colonia e Las Piedras (departamento de Canelones), onde trabalham cerca de 1.200 trabalhadores.
A futura ministra da Indústria, Energia e Mineração, Fernanda Cardona, alertou sobre outros possíveis conflitos. Há outros tipos de indústria que também estão com problemas, como as indústrias de laticínios e química”.
Eles já nos enviaram situações preocupantes”, disse ele. O presidente do PIT-CNT, Marcelo Abdala, repudiou a decisão da Yazaki de se mudar para o Paraguai, alegando perda de concorrência devido à alta agitação trabalhista.
Ele disse que essa é uma “ação dissimulada, ardilosa e traiçoeira contra os trabalhadores do país”.
Ele disse à imprensa que, em novembro, a Yazaki agradeceu aos funcionários de suas fábricas, cujo trabalho lhe permitiu manter o processo de produção.
O ministro do trabalho indicado para o próximo governo da Frente Ampla, Juan Castillo, disse que havia “coisas estranhas” na decisão da empresa e lamentou o fato de ela não ter informado o governo ou o sindicato anteriormente.
O sindicato da empresa está aguardando a intervenção do Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTSS), que também se disse surpreso. As negociações de última hora promovidas pelo MTSS não conseguiram reverter a saída da empresa japonesa.
Há uma questão subjacente que tem a ver com competitividade e custos, além dos benefícios que foram concedidos a essa empresa de autopeças, reconheceu o presidente eleito, Yamandú Orsi.
A retirada da Yazaki se junta a outras empresas estrangeiras que decidiram parar de produzir no Uruguai por motivos semelhantes. Em maio do ano passado, a Fanacif – de propriedade da brasileira Frasle Mobility – anunciou a interrupção de suas operações.
Com argumentos semelhantes aos da Yazaki, a empresa decidiu transferir a produção de componentes do sistema de freio para o Brasil. Eles se tornam importadores; a lógica é ganhar dinheiro”, disse o presidente do sindicato dos metalúrgicos, Danilo Dárdano.
Os sindicatos locais de laticínios descreveram o fechamento como “uma falta de respeito ao Uruguai”.
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