O senador Iván Cepeda comentou que a delegação irá ao município de El Tarra para comprovar o sofrimento dos cidadãos dessa região, devido aos combates que vêm ocorrendo desde 16 de janeiro entre os grupos armados do Exército de Libertação Nacional (ELN) e a 33ª Frente.
“Estamos muito chocados com o que está acontecendo em Catatumbo. Todas as informações que temos do campo (…) indicam que houve uma ação implacável contra a população civil”, disse o legislador.
Cepeda, membro da delegação do governo nos diálogos de paz com o ELN, também questionou as ações dessa estrutura insurgente.
“Chama muito nossa atenção que, frente a estes fatos, a única coisa que ouvimos do ELN são justificativas. Então, nesse momento, eu gostaria de dizer que, nessas circunstâncias, o ELN está demonstrando que não está nem um pouco interessado em continuar em um processo de paz”, disse ele à imprensa.
Ele afirmou que, se essa estrutura deseja avançar em algum tipo de entendimento, é preciso mais do que gestos e, nesse ponto, pediu “uma atitude muito clara para que a sociedade colombiana possa acreditar que o ELN tem algum tipo de vontade de paz”.
As negociações com esse grupo armado foram suspensas pelo presidente Gustavo Petro em 17 de janeiro, pela segunda vez em quatro meses, devido a confrontos entre os guerrilheiros e a 33ª Frente.
Como resultado da crise de ordem pública em Catatumbo, estima-se que haja cerca de 80.000 pessoas afetadas, das quais mais de 53.000 foram deslocadas de suas casas e cerca de 25.000 permanecem confinadas, de acordo com dados da Defensoria do Povo.
A mesma entidade também confirmou que foram registrados 52 assassinatos, embora haja suspeita de um número maior, enquanto o número de signatários da paz desaparecidos chegou a dez.
O exército está atualmente envolvido em uma ofensiva contra o ELN em Catatumbo, uma região onde cerca de 10.000 soldados estão mobilizados.
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