Por Mario Hubert Garrido
Em entrevista exclusiva à Prensa Latina durante sua estada no Panamá, o ensaísta e cientista político, especialista em América Latina e Caribe, destacou que se há um país que foi vítima do terrorismo, esse país foi Cuba.
Para Borón, terrorismo significa submeter uma nação a um bloqueio abrangente por mais de 60 anos, e isso também é feito pelo país cujo governo, em 1945, lançou as duas únicas bombas atômicas nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, “o maior ataque terrorista da história da humanidade”, disse ele.
Por outro lado, lembrou, Cuba tem sido o anfitrião e garantidor de todas as negociações realizadas para avançar o processo de paz na Colômbia.
A listagem, acrescentou, não tem sentido e afeta a vida cotidiana das pessoas na ilha.
De acordo com o professor, o governo cubano reagiu com dignidade às novas medidas e pressões da atual administração de Donald Trump e de seu Secretário de Estado, Marco Rubio.
Sobre o “falcão” na política externa, ele disse que difere quando se diz que ele é cubano-americano. “Se ele tivesse uma única gota de sangue cubano em suas veias, não se proporia a infligir maior punição, sofrimento e infortúnio ao povo cubano. Ele é apenas mais um americano, um servo do projeto imperial”, enfatizou.
Com relação aos novos ataques de Trump e Rubio contra Havana, Borón pediu que se redobrem os esforços e as ações concretas de cooperação e solidariedade internacional, além dos fóruns diplomáticos.
Em sua opinião, Cuba tem sido o país mais solidário do mundo e, como já foi dito em várias ocasiões, não deu o que sobrou, mas até mesmo o que tinha em quantidades escassas, o que demonstra o altruísmo e a generosidade de seu povo.
Nesse sentido, destacou que Cuba precisa de um apoio mais afetivo e, nesse sentido, elogiou o apoio prestado por nações como o México em momentos delicados da situação na ilha.
O Prêmio Libertador para o Pensamento Crítico (2013), pediu ações concretas para retribuir a ajuda de Cuba em muitas áreas, incluindo cirurgias oftalmológicas, como parte da Operação Milagre, que devolveu a visão a muitas pessoas, ou na educação com o programa de alfabetização “Yo sí puedo” (Sim, eu posso).
Com relação à política hostil de Washington, que se intensificou com o atual ocupante da Casa Branca, ele explicou que o que está por trás dela é a teoria de que se você fizer os cubanos sofrerem, eles se levantarão em armas ou farão grandes manifestações populares contra o governo.
“Os cubanos podem estar irritados com os cortes de energia ou com a falta de certos produtos, mas eles têm um sentimento patriótico, martiano (José Martí) e fidelista (Fidel Castro), que nunca os transformará em peões em um projeto para destruir sua economia ou absorver Cuba nos Estados Unidos”, observou.
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