Em declarações à Prensa Latina, o renomado guitarrista, que acompanhou este país nas noites de resistência durante a Guerra Civil (1960-1996), saudou o movimento Nueva Trova da maior ilha do Caribe.

Porque sou o fundador do seu capítulo nesta terra, amigo de Noel Nicola, Vicente Feliú, Sara González, do grupo Mayohuacán, de Pablo Milanés e de Silvio Rodríguez, confessou.

Então, caminhamos e nesses entrelaçamentos o Apóstolo da Independência Cubana sempre representou um ponto de conexão, acrescentou o artista, aluno em um momento turbulento da Universidade San Carlos da Guatemala, na capital.

Aqui se destaca não só a presença de Martí, mas também de todo esse grupo de intelectuais antilhanos que naquele momento (1877-1880), exilados na terra do quetzal, lançaram luz sobre a construção dessas nossas utopias, acrescentou.

Todos eles constituem uma ponte de amizade e amor entre Cuba e Guatemala, lembrou Medina, que em determinado momento foi forçado a partir para viver na Nicarágua e no Canadá.

Até a letra do nosso hino nacional foi escrita por José Joaquín Palma, um poeta de Bayamo, ele observou. Um cantor mestiço-maia autoidentificado de Puerto Barrios, no departamento de Izabal, insistiu que Martí é algo que inspirou muitos jovens de quinze anos.

Ele disse que estudou e se formou na turma Centenário da Escola Normal Central para Varones, onde o poeta antilhano dava aulas.

Na biblioteca daquele centro, ele enfatizou, estavam os manuscritos de seus planos de aula, então, quando estávamos prestes a nos formar como professores, era a nossa vez de revisá-los, ele explicou.

Ele tinha uma caligrafia impecável, descreveu, ao mesmo tempo em que afirmava que a prosa de Martí como educador reflete muita ternura.

Talvez seja essa uma marca muito especial que ele nos deixou, porque não pode haver revolução sem essa qualidade, e nem pode haver defesa do território sem a necessária ternura, observou o chamado trovador da memória.

O grupo Kin Lalat, nome cunhado pela ganhadora do Prêmio Nobel da Paz Rigoberta Menchú, denunciou graves violações cometidas pelo Exército guatemalteco na década de 1980. Suas canções se tornariam um símbolo da luta.

As viagens realizadas por seus integrantes permitiram dar visibilidade ao conflito armado interno e concentrar os olhos da comunidade internacional nesta nação centro-americana.

Em apenas 15 meses, de março de 1877 a julho de 1878, o Apóstolo da Independência Cubana deixou uma marca indelével no coração da Guatemala.

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