O renovado Grand Palais, ladeado pelos Champs-Élysées e pela ponte Alexandre III, será o cenário do evento copresidido pela França e pela Índia, onde o presidente anfitrião, Emmanuel Macron, espera posicionar seu país na corrida pelo desenvolvimento de uma disciplina científica com enorme potencial.
Entre as personalidades esperadas estão o primeiro-ministro indiano Narendra Modi, o chanceler alemão Olaf Scholz, o vice-presidente dos EUA J. D. Vance, o vice-primeiro-ministro chinês Zhang Guoqing e a presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen.
Há grande expectativa em torno da presença ou ausência do polêmico bilionário Elon Musk, dono da X, criador da Tesla e da SpaceX e autoridade no governo Donald Trump.
Algumas vozes na França pediram a demissão de Musk, dado seu apoio aberto à extrema direita europeia, particularmente ao partido alemão AfD, uma posição considerada intervencionista.
Macron anunciou o objetivo de promover padrões comuns na cúpula que garantam a proteção dos direitos humanos e ambientais, bem como a integridade da informação e da propriedade intelectual no uso e promoção da IA.
Em outra ordem, ele instou a União Europeia a aproveitar o fórum para promover este ramo que está destinado a revolucionar a forma de trabalhar, a fim de evitar ficar presa na competição entre os Estados Unidos e a China, as potências dominantes no setor.
O encontro não está isento de críticas, devido à participação de figuras ou representantes de gigantes tecnológicas estadunidenses, como Google e Microsoft.
Para o líder da França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon, em vez de apostar na independência de potências estrangeiras no campo da IA, Macron busca o oposto.
Segundo Mélenchon, ao anunciar a criação de 35 data centers em solo francês, o presidente fortalecerá os players já dominantes, os ramos de nuvem da Amazon e da Microsoft, que controlarão mais informações e, portanto, os Estados Unidos, “um círculo vicioso” que ele pediu que fosse quebrado.
Nesse sentido, o candidato presidencial múltiplo considerou que a França deveria tentar se libertar da “influência tecno-feudal de Elon Musk e outros bilionários do Vale do Silício”.
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