O atual presidente e candidato à reeleição, Daniel Noboa, e Luisa González, da Revolução Cidadã, estavam praticamente empatados, de modo que os analistas acreditam que o apoio do movimento indígena poderia desequilibrar a balança no segundo turno.
Leônidas Iza, líder da Confederação das Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE) e também candidato do movimento Pachakutik, ficou em terceiro lugar com 5,24% dos votos.
Ele deixou claro que seu movimento não endossará automaticamente os votos para os candidatos que chegaram ao segundo turno, mas que será decidido coletivamente.
No entanto, Iza, que apresentou uma proposta anticapitalista e de esquerda, disse que não entraria em nenhum tipo de diálogo com o movimento governista Ação Democrática Nacional (ADN) e acusou Noboa de “usar o Estado e mentir em sua campanha”.
Ele mencionou, entre outros pontos, a promessa de um bônus para mulheres e jovens, enquanto setores como a economia popular e solidária enfrentam meses de atrasos nos pagamentos do Estado.
Ele também questionou o anúncio do presidente de conceder bônus aos migrantes deportados dos Estados Unidos, uma medida que ele descreveu como eleitoralista.
Por outro lado, o líder da Conaie não descartou uma aproximação com González, e um dos pontos que poderia definir seu apoio é a oposição à mineração e ao extrativismo de petróleo, questões fundamentais na agenda indígena.
Do ponto de vista dos analistas, o voto indígena não é um bloco homogêneo, nem é automaticamente transferível.
Na quarta-feira, 19 de fevereiro, o Pachakutik convocou um conselho político para decidir a posição que a organização política assumirá no segundo turno das eleições.
De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), com 99,9% das cédulas apuradas, Noboa tem 44,16% e sua rival RC, 43,98%.
Em vista da disputa acirrada, os votos do setor indígena e também daqueles que votaram em branco ou nulo serão fundamentais para a votação de 13 de abril entre Noboa e González, que pediu a unidade do país e um grande acordo nacional.
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