No âmbito da assinatura de um acordo de colaboração entre o Centro de Isótopos (Centis), pertencente à Agência de Energia Nuclear e Tecnologias Avançadas (Aenta) do país caribenho, e a Agência Boliviana de Energia Nuclear (ABEN), que permitirá o desenvolvimento de componentes biotecnológicos que não são fabricados na América Latina, Crespo enfatizou que ter as conquistas feitas pela ilha nesse campo, apesar do bloqueio, é uma honra, não apenas para seu país, mas para toda a região.
“Cuba desenvolveu pesquisas em medicina nuclear, capacitação para realizar diagnósticos práticos e tratamentos para combater o câncer e outras doenças; a combinação desses conhecimentos com nossa capacidade produtiva para conceber radiofármacos abre portas para a Bolívia e o mundo no setor da saúde”, destacou o diplomata.
O acordo assinado no dia anterior foi consolidado no lado cubano por René Leyva, diretor do Centis, e pela diretora geral da ABEN, Hortensia Jiménez.
Jiménez disse à Prensa Latina que o acordo com o Centis se baseia em um conceito de complementaridade científica e tecnológica, que também visa aproximar os profissionais bolivianos do conhecimento gerado por Cuba em termos de radiofarmácia, radioisótopos e aplicação da energia nuclear na saúde.
“Cuba é um exemplo de luta, de soberania científica para todos os latino-americanos e, para nós, é muito empolgante ver como eles avançam, apesar dos obstáculos, para o bem-estar do povo; encontramos sinergias com o Centis para cooperar em pesquisa radiofarmacêutica, produção e áreas clínicas e pré-clínicas para teranóstica.
Na medicina nuclear, a teranóstica se refere ao uso de moléculas específicas (peptídeos, agonistas, antagonistas, aminoácidos, análogos etc.) que, quando marcadas com um radionuclídeo específico, permitem o diagnóstico e o tratamento de uma doença.
Leyva, por sua vez, disse à Prensa Latina que, com mais de 30 anos de experiência em radiofármacos na instituição, essa aliança possibilitará “unir a experiência cubana com a capacidade inovadora de produção boliviana a fim de desenvolver produtos promissores na luta contra o câncer”.
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