Ele disse ao semanário La Tribune Dimanche que o dinheiro permitirá que mais obuseiros de 155 milímetros e bombas de precisão AASM sejam enviados a Kiev para os caças Mirage 2000 de quarta geração fornecidos à Ucrânia pela França, que foram usados pela primeira vez no conflito nas últimas horas.
Lecornu também observou que o uso de interesses de ativos russos congelados, cuja apreensão Moscou advertiu que os países europeus teriam consequências, acelerará a entrega de blindados AMX-10 RC e VAB para a linha de frente.
A França e o Reino Unido estão liderando as ações europeias contra a aproximação do presidente dos EUA, Donald Trump, com seu homólogo russo, Vladimir Putin, com quem iniciou um diálogo direto para buscar o fim da guerra, sem contar com o velho continente.
Paris e Londres estão exigindo garantias de segurança para Kiev e ratificam a cruzada antirrussa liderada pelo agora ex-presidente Joe Biden da Casa Branca.
Como parte dessa posição, a Europa está promovendo o rearmamento e um aumento sem precedentes nos orçamentos militares nas últimas décadas. Nesse sentido, o Ministro Lecornu destacou as prioridades da França como o fortalecimento das capacidades de guerra eletrônica, o uso de drones e a robotização.
Ele também destacou a meta da Dassault Aviation de entregar de quatro a cinco caças Rafale, o principal caça da França, por ano a partir de 2026, em vez dos dois atuais.
O anúncio sobre o uso dos interesses dos ativos russos congelados contrasta com o que foi dito há cinco dias pelo ministro da economia da França, Eric Lombard, que mencionou a oposição de Paris em usá-los.
Nossa posição é que esses recursos pertencem ao Banco Central da Rússia, usá-los seria contrário aos acordos internacionais, advertiu o ministro na época, pouco antes de a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, revelar um plano avaliado em 800 bilhões de euros para aumentar os gastos militares na União Europeia (UE).
Em declarações ao canal Franceinfo, Lombard defendeu diversas ações com o objetivo de obter um financiamento sem precedentes nas últimas décadas no velho continente para fortalecer sua capacidade militar, entre elas a conquista pela UE de um acordo equilibrado com os Estados Unidos, em um momento em que Trump ameaça uma guerra tarifária.
Ele também estimou que será necessário um esforço maior dos países em questões orçamentárias, o que significa aumentar os gastos públicos.
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