Terça-feira, Março 25, 2025
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Grupo palestino acusa Israel de usar a sede como arma de guerra

Ramala, 23 de março (Prensa Latina) – O Centro Palestino de Direitos Humanos acusou hoje Israel de usar a sede como uma arma para tornar a Faixa de Gaza inabitável, em uma estratégia que busca expulsar a população do território.

Em um comunicado, a entidade alertou sobre o desastre humanitário sem precedentes que atinge a região, destacando que isso ameaça a vida de mais de dois milhões de pessoas que não têm acesso a água potável e segura.

A população desse enclave costeiro vive uma realidade horrível, condenada a uma morte lenta devido à privação sistemática de água e de suas necessidades básicas, denunciou o grupo.

Nesse sentido, o Centro ressaltou que a infraestrutura hídrica de Gaza, as instalações de dessalinização e o tratamento de esgoto foram gravemente danificados “como resultado da guerra de extermínio conduzida pela ocupação israelense contra a Faixa”.

A entidade destacou ainda que a decisão de Israel de cortar o já limitado fornecimento de eletricidade para uma planta de dessalinização localizada no centro do enclave agravou ainda mais a crise humanitária.

“Esses crimes são uma continuação do genocídio contra os palestinos, cujo objetivo é transformar a Faixa de Gaza em um local inabitável e erradicar a presença palestina na região”, afirmou.

A organização detalhou que a quantidade de água disponível por pessoa no território caiu de 86 litros por dia antes de outubro de 2023, quando começou a atual onda de violência, para uma média de três a 12 litros atualmente.

De acordo com dados recentes publicados pela Autoridade da Água e pelo Escritório Central Palestino de Estatísticas, desde então, o Exército destruiu 85% do setor hídrico, total ou parcialmente.

As instalações afetadas incluem 1.675 quilômetros de redes de água e esgoto, 85 plantas dessalinizadoras e 246 poços, além da destruição de 40 grandes reservatórios de água.

Neste mês, o Ministério das Relações Exteriores da Palestina acusou Israel de adotar “uma política de fome e sede” contra Gaza, impedindo a entrada de suprimentos vitais no território.

Em um comunicado, o Ministério afirmou que essa estratégia é mais uma ferramenta na guerra de extermínio promovida pelo governo de Benjamin Netanyahu.

“A campanha inclui tentativas de deslocar nosso povo e anexar terras palestinas”, enfatizou.

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