O resultado da pesquisa do instituto IFOP para o semanário Le Journal du Dimanche, na qual participaram duas mil pessoas, não é surpreendente, dado o escândalo que ameaça o chefe de governo, a quem atribuem o conhecimento dos abusos físicos e sexuais na escola católica de Betharram durante seu período como ministro da Educação na década de 1990.
Bayrou nega ter tido qualquer conhecimento dos crimes na escola, mas essa não é a única controvérsia que o envolveu, depois de recentemente ter descartado o retorno aos 62 anos como idade de aposentadoria em solo francês, apesar de ter convocado sindicatos e organizações de empregadores para realizar um fórum sem tabus para discutir melhorias no sistema de aposentadoria.
O primeiro-ministro nomeado pelo presidente Emmanuel Macron em dezembro para substituir o destituído Michel Barnier escapou de seis moções de desconfiança na Assembleia Nacional em apenas três meses, com a possibilidade de enfrentar mais.
Por sua vez, Macron mostra uma ligeira melhora de um ponto em sua popularidade na própria pesquisa do IFOP.
Seu índice de aprovação subiu de 23% em fevereiro para 24% neste mês, graças ao seu papel como líder europeu no apoio à Ucrânia e às suas acusações contra a Rússia, em um momento em que os Estados Unidos, com Donald Trump na Casa Branca, estão negociando diretamente com Moscou e impondo tarifas aos aliados tradicionais de Washington.
A confiança em Macron havia chegado ao fundo do poço em janeiro, encontrando entre os franceses uma rejeição sem precedentes, próxima a 80%, desde a crise dos Coletes Amarelos no final de 2018 e início de 2019.
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