“A gente sempre espera justiça. Eu estou bem. São acusações infundadas feitas de forma tendenciosa pela Polícia Federal”, disse Bolsonaro à imprensa ao chegar ao aeroporto de Brasília para depois seguir viagem e entrar na sede do Supremo Tribunal Federal (STF), na Esplanada dos Ministérios.
Em uma mensagem transmitida pela TV Globo, o ex-governador disse que o julgamento “é a maior perseguição política e judicial da história do Brasil”.
Acrescentou ainda que há “claros interesses políticos para me impedir de participar e vencer as eleições presidenciais de 2026”.
Na primeira câmara do STF começou nesta terça-feira a análise contra Bolsonaro e outras sete pessoas por participarem da trama golpista após as eleições de 2022.
Esse exame da denúncia se estenderá até amanhã, durante três sessões extraordinárias convocadas pelo presidente dessa primeira turma da Suprema Corte, Cristiano Zanin.
O político de extrema direita foi denunciado em 18 de fevereiro pela Procuradoria Geral da República por supostamente tramar violência com o ambicioso objetivo de permanecer no poder, mas possivelmente perder sua liberdade.
Naquela data, a Procuradoria Geral acusou o líder da oposição de direita de liderar uma organização criminosa para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que o derrotou nas eleições de 2022.
Especialistas jurídicos explicam que a lei no Brasil pune tentativas de golpes, mesmo que o plano não tenha sido bem-sucedido.
É um crime “tentar, mediante violência ou grave ameaça, abolir o Estado democrático de direito” e “tentar depor, mediante violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído”.
Tal lei foi sancionada pelo próprio Bolsonaro em setembro de 2021.
A acusação de 272 páginas, que também envolve outras 33 pessoas, agora inclui os crimes de organização criminosa armada, tentativa de derrubada violenta do estado democrático de direito e golpe de estado.
Também os crimes de dano qualificado pela violência e grave ameaça ao patrimônio da União, com dano considerável à vítima e deterioração do patrimônio declarado.
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