Formado pelo Instituto Superior de Arte (ISA), atualmente Universidade de Artes e professor lá, além de chefe do departamento de pintura, Martín brinca com essas obras para ser um pouco como a criança que foi, para expor a coleção de livros de seus filhos que ele coloca à disposição do público.
A exposição de Martín está estruturada principalmente em torno de três séries, levando em conta a museografia, acompanhada dos fillers ou exergues, que são como pequenos textos, palavras de atores, citações textuais de filmes, e tudo isso é discursado a partir de sua relação com as obras.
Na sala de abertura, exponho uma espécie de subtrama como no cinema ou no teatro, uma trama; primeiro há as obras e depois pode ser feita uma subnarrativa, digamos assim, que conta momentos históricos ou referências do cinema relacionadas à série ‘A difícil arte de confundir o horizonte’, exibida neste primeiro local, explicou o artista visual à Prensa Latina.
Esta série é acompanhada por outra intitulada ‘As histórias precisam de distância para se tornarem histórias’, resultado de uma bolsa de residência na Alemanha, onde visitou a Biblioteca Nacional Alemã em Leipzig, e encontrou lá uma série de livros que nos anos 80 foram divulgados entre o público infanto-juvenil em Cuba.
Tenho muitas dessas cópias, cresci com elas e elas representam para mim aquela sensação nostálgica que me faz lembrar aqueles momentos; Grande parte das imagens são capas, páginas e ilustrações infantis que falam de um sistema sociopolítico, disse ele.
Os exergos de que falei, e eles recriam essas obras intercaladas entre si, falam, por exemplo, de filmes com temas como a Guerra Fria ou espionagem, continuou ele.
Parte do título desta exposição ‘Happy Days…’, é também o nome de um dos livros da minha coleção de infância, disse ele.
O complemento de toda a exposição é um vídeo com o filme ‘Our Man in Havana’ (1959), da diretora britânica Carol Reed e interpretado por Sir Alec Guinness, um famoso ator da época, é uma comédia de uma comédia irônica de espionagem e contraespionagem que inclui tiroteios, assassinatos, traições e abusos de poder. De alguma forma, esta exposição brinca com esse sentido ilusório que a arte tem, concluiu Martín.
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