Em um comunicado emitido pelo Conselho Presidencial de Transição, a chamada Pérola das Antilhas expressou seu interesse em retomar as negociações bilaterais.
Os laços foram rompidos após tensões sobre o uso do rio Massacre.
“O Haiti está pronto para fazer tudo o que puder para garantir que uma comissão funcione de forma eficaz e para evitar uma escalada de tensões”, destaca o texto.
Em janeiro do ano passado, o Ministério de Relações Exteriores e Culto do Haiti informou que as conversas com a República Dominicana haviam sido retomadas para tratar da questão da construção de um canal de irrigação que havia gerado tensões entre os dois países.
“As duas delegações trocaram opiniões sobre a questão e exploraram várias opções com o objetivo de chegar a uma solução justa, equitativa e razoável, de acordo com as disposições do Tratado de Paz, Amizade e Arbitragem de 20 de fevereiro de 1929 e com a legislação internacional pertinente”, destacou o comunicado do Ministério das Relações Exteriores.
Porto Príncipe sempre defendeu o direito do país de fazer uso justo e equitativo dos recursos hídricos compartilhados do rio Massacre, de acordo com os termos do artigo 10 da convenção.
Em 14 de setembro de 2023, enquanto os lados estavam em meio a negociações, o governo dominicano emitiu um decreto presidencial dando efeito às ameaças feitas três dias antes de fechar as fronteiras terrestres, aéreas e marítimas com o Haiti.
Essa decisão fez com que a delegação haitiana deixasse a mesa de negociações.
Até então, a República Dominicana contava com 11 entradas e 20 bombas de alta capacidade no rio Masacre, e o Haiti só queria construir um canal para irrigar 3.000 hectares dos 10.000 hectares da planície de Maribaroux.
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