Uma reportagem publicada neste domingo no site do jornal Il Messaggero destaca o protesto massivo, com mais de 10 mil pessoas marchando pelas ruas da cidade, capital da região da Lombardia, que culminou em um confronto com as autoridades policiais que levou à prisão de sete participantes.
A mais recente das manifestações nacionais, já rotineiras, que acontecem todos os sábados nesta cidade lombarda, começou no dia anterior na Piazza Duca d’Aosta, em frente à Estação Central, atravessou a cidade para chegar ao Arco della Pace, e no Piazzale Baiamonti ocorreu o confronto com a polícia, destaca a nota. Sobre esses eventos, o ministro da Defesa, Guido Crosetto, afirmou em uma mensagem publicada nas redes sociais que o “clima está muito perigoso, como nos anos 1970” e afirmou que “a polícia italiana não tem nada a ver com o que está acontecendo em Gaza”.
Por sua vez, o ministro do Interior, Matteo Piantedosi, declarou que “um elogio especial vai para os policiais que, em uma situação difícil, conseguiram isolar e prender de forma rápida e eficaz” o que ele descreveu como “um grupo de encrenqueiros”.
Dos sete presos, cinco foram liberados às 19h (hora local) no sábado, e os demais foram libertados naquela noite, de acordo com um relatório do Osservatorio Repressione.
Os manifestantes exigiram o fim do genocídio na Faixa de Gaza, onde mais de 46.000 palestinos já morreram, e acusaram vários políticos de diversas convicções de suposta cumplicidade nesses crimes, incluindo a primeira-ministra Giorgia Meloni e a líder do Partido Democrático (PD) da oposição, Elly Schlein.
Entre os slogans desta manifestação, na qual centenas de bandeiras e faixas foram exibidas, estava uma condenação ao rearmamento europeu, bem como uma reivindicação pela liberdade de Anan Yaeesh, um palestino acusado na Itália de terrorismo como membro ativo da resistência da Cisjordânia. Entre os participantes estavam membros da Associação Nacional dos Partisanos Italianos (ANPI), da Associação dos Palestinos na Itália, sindicatos como a Confederação dos Comitês Sindicais de Base (COBAS) e a Confederação Unitária de Base (CUB), bem como várias associações estudantis.
Também foi notável a presença de representantes da aliança entre o partido Europa Verde e a Esquerda Italiana (AVS), bem como do Movimento 5 Estrelas (M5S), entre outras forças de esquerda neste país, acrescentou a fonte.
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