Sábado, Abril 19, 2025
NOTÍCIA

Valorização do desacoplamento comercial entre os EUA e a China

Genebra, 16 abr (Prensa Latina) A dissociação comercial entre Estados Unidos e China gerará uma queda de 81 por cento nas transações bilaterais, mas a porcentagem poderia ser maior e com repercussões globais, estimou hoje uma agência especializada.

A proporção subiria para 91% se Washington aplicasse novas taxas sobre os smartphones da gigante asiática, que até agora foram excluídos da disputa em andamento, informou a Organização Mundial do Comércio (OMC).

Nas condições atuais, é provável que o volume do comércio mundial de mercadorias diminua 0,2% em 2025, com uma redução particularmente acentuada na América do Norte, onde as exportações devem cair 12,6%, segundo a análise.

Entretanto, há “sérios riscos de queda” devido à possível reativação pelo governo dos EUA das chamadas tarifas recíprocas e seus efeitos colaterais muito mais amplos.

A combinação dos dois fatores resultaria em um declínio de 1,5% no comércio mundial de mercadorias, embora se espere que as vendas chinesas cresçam em todas as regiões fora da América do Norte, disse.

Os países menos desenvolvidos, com alta dependência do setor de exportação, sofrerão as piores consequências, pois suas economias, segundo a OMC, são particularmente sensíveis a choques econômicos externos devido à concentração de seu comércio em um pequeno número de produtos, bem como a seus recursos limitados para lidar com choques.

De acordo com o diretor-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, se os EUA e a China chegarem a uma tarifa mútua de 125%, não importa o quanto ela aumente, pois isso causará uma dissociação da estrutura comercial dos dois países, com um impacto que será sentido no resto do mundo.

O banco também revisou para baixo sua previsão de crescimento do produto interno bruto (PIB) global em 2025, de 2,8% para 2,2%, devido à guerra tarifária e ao clima de incerteza.

ro/mjm/bm

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