A escritora de renome nacional e internacional reagiu desta forma à decisão da Suprema Corte do Reino Unido no dia anterior, que decidiu que o termo “mulher” é determinado pelo sexo biológico de uma pessoa.
Por meio de seu relato na rede social X, Vélez indicou que as lutas das feministas foram fundamentais para que o conceito de mulher abarcasse identidades e experiências diversas, apesar do que é expresso pelo patriarcado.
“A questão de quem primeiro chamou as mulheres de “mulheres” é intrigante e complexa, já que a linguagem é uma construção social em evolução”, disse.
Ela explicou que a etimologia da palavra “mulher” em espanhol vem do latim “mulier”, que se refere às mulheres tanto no sentido biológico quanto social.
Originalmente, o termo parecia se concentrar em um papel reprodutivo e de cuidado, enraizado em estruturas patriarcais, continuou o ministro, esclarecendo, no entanto, que o conceito variou significativamente ao longo da história.
Ao longo dos tempos antigos, muitas culturas glorificavam as mulheres em contextos divinos, enquanto em outras, elas eram relegadas a papéis secundários, lembrou a professora.
“A Idade Média, com seu foco na religiosidade, fomentou uma visão da mulher ligada à moralidade e à submissão. No entanto, a chegada do Iluminismo marcou uma mudança, abrindo caminho para o reconhecimento da mulher como ser dotado de razão e direitos”, explicou.
Para Vélez, hoje, independentemente do que diga o patriarcado, o conceito de mulher abrange uma diversidade de identidades e experiências, onde as lutas feministas têm sido fundamentais.
“Assim, um conceito de mulher foi se consolidando no imaginário coletivo, passando de uma simples designação biológica para um termo que celebra a pluralidade e a autodeterminação, refletindo profundas transformações sociais”, concluiu a ensaísta e divulgadora cultural.
O Tribunal Superior Britânico decidiu sobre o conceito de mulher, concordando que ele é determinado pelo sexo biológico de uma pessoa.
Com sua resolução, ela exclui pessoas transgênero, aprofundando ainda mais a cisão que o feminismo vem enfrentando e estabelecendo um precedente para debates futuros em que direitos e obrigações podem ser questionados com base no gênero.
Após saber da decisão, a ex-ministra da Igualdade da Espanha, Irene Montero, lamentou a decisão, afirmando que “legalizar a transfobia é ódio e violência institucional”.
“Os direitos trans são direitos humanos que expandem as oportunidades de felicidade para todas as pessoas”, escreveu Montero em sua conta no X.
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