‘Quem reprime o povo deve pedir perdão’, disse o político de 24 anos do Partido Alianza Verde (Partido Aliança Verde), que falou por videoconferência com a mídia e explicou que nas ruas está reunido o produto do cansaço da população com um governo que reprimi o povo e a necessidade de mudanças no país.
Ele advertiu que há cidades onde se ordenou a retirada do serviço de internet para que os colombianos não possam fazer transmissões ao vivo nas redes sociais e enviar mensagens sobre a situação do país: é ‘uma ditadura total’.
As manifestações são um misto de todos as reivindicações do povo e da dor dos mortos das vítimas desta violência, que começou na Colômbia com a rejeição a um projeto de reforma tributária apresentado pelo governo e rejeitado pela população, mas que agora também refletem o mal-estar de grande parte da sociedade.
‘Em Pereira saímos às ruas – porque eu também saí – cerca de 100 mil pessoas, de uma população de pouco mais de 450 mil’, mas os prefeitos de muitas cidades – inclusive desta – deram ordens à polícia e aos grupos de choque que reprimissem o povo e isso aumentou o descontentamento dos cidadãos, comentou.
Então o povo passou a pedir ‘mudanças gerais’ e os pedidos ficaram muito mais longos e se juntaram também as mobilizações os caminhoneiros, taxistas, o setor de saúde, professores, sindicatos e outros, pois ‘os pedidos vêm de antes e houve um despertar cidadão’ frente as pendencias múltiplas do governo central e dos municípios.
‘O que corresponde aos governantes é que este processo seja pacífico, mas a mensagem que enviam é o contrário, é a de reprimir os cidadãos’, disse o vereador, que considerou que a repressão ‘desafiou os cidadãos’ e insistiu que é ‘um despertar’, porque ‘estamos cansados do uribismo’ (em referência ao ex-presidente Álvaro Uribe).
Explicou que, embora o presidente Duque tenha retirado a proposta tributária, a explosão popular se mantém pelo ressentimento pelas mortes e feridos causados pela repressão militar, além do fato de que uma vez nas ruas também pretendem lutar por outras questões sociais e exigir que o governo as resolva.
O uso excessivo da força criou uma rivalidade com a má mensagem do ‘pouco diálogo’ – disse ele – e no meio disso, Duque disse nas redes sociais ‘Convido vocês ao diálogo, mas pelas ruas militarizadas, reprimindo … como que nós, cidadãos, vamos dialogar com o presidente quando sua mensagem é para nos reprimir? ‘
Gañán denunciou que na noite da última quarta-feira, em Pereira, um grupo de jovens se manifestou pacificamente perto de uma ponte e um caminhão atirou neles, matou um deles e o estudante universitário Lucas Villa foi condenado à morte cerebral, e perguntou ao seu interlocutor: ‘Não é estranho para você que civis fizeram isso e ainda não conseguiram identificá-los?
Em oposição a essa realidade, o político mostrou imagens do município vizinho de Santa Rosa, onde o prefeito apoiou o protesto e isso permitiu que fosse uma cidade de paz, onde no momento da entrevista um ato em frente a Prefeitura homenageava os mortos pela repressão e disse que esse exemplo demonstra qual deveria ter sido a atitude das autoridades.
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