De acordo com a Prensa Latina, o escritório de advocacia londrino Zaiwalla & Co. informou que a intervenção de Raab na audiência marcada para o próximo mês de julho poderia decidir de uma vez por todas o destino de mais de dois bilhões de dólares pertencentes à nação sul-americana.
A disputa chegou aos tribunais britânicos no ano passado, depois que o Banco da Inglaterra recusou-se a entregar o ouro ao Banco Central da Venezuela (BCV), argumentando que havia um pedido semelhante do conselho bancário indicado pelo autoproclamado presidente venezuelano Juan Guaidó.
Em uma primeira instância, o tribunal comercial de Londres determinou que Guaidó tinha autoridade para dispor das 30 toneladas do metal precioso armazenado, porque o então Ministro das Relações Exteriores britânico Jeremy Hunt o havia reconhecido em fevereiro de 2019 como presidente interino do país sul-americano.
O Tribunal de Apelação anulou, entretanto, o veredicto do tribunal comercial, concluindo que o reconhecimento do Guaidó como presidente ‘de jure'(de jure) não impediu que o presidente constitucional da Venezuela, Nicolas Maduro, fosse reconhecido pelo Reino Unido como o presidente ‘de facto’ (de facto).
De acordo com os três juízes do tribunal de apelação, o governo britânico deve esclarecer quem realmente reconhece como chefe de estado e de governo da nação sul-americana, uma vez que mantém relações diplomáticas normais com Maduro, por isso o caso foi para a Suprema Corte.
Os argumentos se concentrarão sobre se as declarações feitas pelo Ministério das Relações Exteriores devem ser interpretadas como uma conclusão de que o reconhecimento do governo britânico ao Guaidó o impede de continuar a reconhecer o Presidente Maduro, explicou o escritório de advocacia em uma declaração.
O advogado Leigh Crestohl também chamou a atenção para a necessidade de resolver a disputa o mais rápido possível, após lembrar que o dinheiro da venda do ouro será usado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento para ajudar a Venezuela a combater a Covid-19.
Quando a audiência da Suprema Corte começar – de 19 a 21 de julho a 14 meses já terão passado desde que a BCV solicitou as reservas de ouro em benefício do povo venezuelano, afirmou Crestohl.
Embora Guaidó tenha renunciado como deputado da Assembleia Nacional da Venezuela em janeiro passado, após não ter concorrido às eleições realizadas no mês anterior, ele ainda continua a se proclamar como presidente interino do país sul-americano, com o apoio de vários governos, incluindo os EUA e o Reino Unido, que não reconheceram o triunfo eleitoral da coalizão que apoia Maduro.
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