Em declarações ao jornal local La Nación, o analista considerou que a gestão do presidente Mario Abdo Benítez não utilizou a linguagem mais eficaz para se comunicar com os cidadãos e deu como exemplo o não reconhecimento das reais dimensões da crise provocada pela doença.
De acordo com a última seção do Ministério da Saúde Pública e Bem-Estar Social, ao final desta terça-feira, foram confirmados 2.860 novos casos positivos e 107 óbitos, para um total de 9.293 óbitos desde o surgimento do Covid-19 no país em Março de 2020.
Biedermann destacou que uma das ferramentas do governo no assunto tem sido o uso do ‘terror’, do medo para provocar inação e, nesse sentido, lembrou a visita midiática do presidente ao forno da Secretaria Antidrogas (Senad) seria usada para cremar as vítimas da Covid-19.
‘A primeira coisa que o governo nos mostrou em comunicação foi o forno Senad, eles geravam terror em nós, terror pode ser usado, mas você pode acabar em um Hitler’, disse o especialista à mídia.
Também se destacou que os dados tratados pelas autoridades nem sempre refletem a realidade, e ilustrados com declarações do diretor de Vigilância Sanitária do Paraguai, Guillermo Sequera, quando em maio do ano passado garantiu que o pior da pandemia havia passado.
Isso, disse ele, gerou uma perda de confiança por parte dos cidadãos.
Sobre as reiteradas denúncias de corrupção, Biedermann lamentou o mal uso dos 520 milhões de dólares doados ao Governo para a gestão da situação da saúde, quantia, garantiu, com a qual o executivo não fez ‘absolutamente nada’.
Enquanto os paraguaios enfrentam a doença com um colapso do sistema hospitalar, falta de suprimentos essenciais como oxigênio e um esquema de vacinação questionável, que desde seu início em fevereiro passado imunizou apenas 5% de uma população de pouco mais de 7 milhões de habitantes.
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