O especialista Jorge Jáuregui negou virtualmente mais de 800 recursos de anulação apresentados pelo Fuerza Popular, partido de Fujimori, porque a legislação atual estabelece que eles só podem ser apresentados durante o pleito.
Acrescentou que a justiça eleitoral estabelece motivos muito limitados para anular a ata, como pressão violenta, suborno e outras ações externas durante a votação e exige provas múltiplas e conclusivas, desde o momento da infração, o que é impossível porque ‘seria difícil ‘para obtê-los.
Em suma, é possível solicitar a nulidade da ata, mas consegui-la é praticamente impossível, afirmou.
O ex-advogado Ronald Gamarra, que faz parte da equipe que defende os votos de Castillo, disse que é certo que todas as impugnações serão rejeitadas porque o voto do cidadão é inatacável, está amparado pela presunção de legalidade.
Considerou inadmissível e um abuso do direito de tentar roubar ou sequestrar os votos de 200.000 eleitores, especialmente das populações pobres das regiões andinas.
Relativamente às alegadas causas, referiu a existência de atas com assinaturas diferentes das do documento de identidade dos membros das assembleias de voto e esclareceu que a falsificação requer laudo probatório de grafotécnico que não foi apresentado.
Uma estação de televisão local apresentou o protagonista de um desses desafios e disse indignado que ele assinou a ata e os boletins de voto.
Outro ex-procurador, Julio Arbizu, anunciou que, devido à pressa com que Fuerza Popular buscou eliminar a ata, muitas nulidades foram rejeitadas hoje por não terem sido acompanhadas do pagamento do processo e outras foram extemporâneas, desde o prazo de apresentação expiraram ontem e na justiça eleitoral não há prorrogações.
Tampouco são aceitas as denúncias referentes a atos em que os Fujimori não têm voto, principalmente nas regiões andinas, que seus advogados consideram ‘estatisticamente impossíveis’, disse outro advogado, Aníbal Torres.
O advogado observou que há registros de bairros ricos de Lima ou de eleitores peruanos em Miami em que todos os votos são para Fujimori, mas ninguém acredita que sejam ilegais.
Por outro lado, elementos hostis entoando slogans anticomunistas intimidantes usados por Fujimori sitiaram a casa do presidente do Júri Eleitoral Nacional, Jorge Salas.
Quando a Direção Nacional de Processos Eleitorais constatou uma vantagem de mais de 60 mil votos para Castillo, só faltava a resolução das anulações para o resultado da votação.
jha/sra/jcfl