De acordo com a Agência do Senado, a presença dos pesquisadores Natalia Pasternak e Cláudio Maierovitch na mesa atende aos requisitos aprovados pelos parlamentares Renan Calheiros, Randolfe Rodrigues, Humberto Costa, Marcos do Val, este último apenas no caso da microbiologista.
Os congressistas citam a trajetória pública e acadêmica nacional e internacional dos profissionais em seus argumentos e alegam que eles são capazes de esclarecer ao país a melhor forma de enfrentar a pandemia de Covid-19.
Pasternak é licenciada em ciências biológicas pelo Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo e possui doutorado e pós-doutorado em microbiologia na área de genética molecular de bactérias pelo Instituto de Ciências Biomédicas deste centro de estudos superior.
Maiverovicth é médico sanitarista, especialista em políticas públicas e gestão governamental, com mestrado em medicina preventiva e social. Também coordena o Núcleo de Epidemiologia e Vigilância Sanitária da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz Brasília) e foi presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) entre 2003 e 2008.
As divergências sobre o uso da cloroquina em pacientes infectados pelo patógeno, amplamente defendidas pelo presidente Jair Bolsonaro, pesaram na decisão de deixar o Ministério da Saúde dos ex-titulares da carteira Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, segundo declarações que prestaram em maio para a CPI.
Teich explicou que a cloroquina é uma droga com efeitos colaterais de risco, sem dados concretos sobre seus reais benefícios no tratamento da Covid-19 e disse que preocupa o regime indiscriminado e inadequado por parte da população. Seu uso como procedimento inicial foi amplamente defendido no dia 1ú de junho na comissão pela oncologista e imunologista Nise Yamaguchi.
Durante a audiência, o senador Humberto Costa lembrou que, de março de 2020 a março de 2021, foram vendidos 52 milhões de comprimidos de quatro medicamentos do chamado kit anti-Covid, dos quais 32 milhões eram hidroxicloroquina. Levando em conta esses números, segundo ele, seria de se esperar que houvesse menos mortes (mais de 480 mil) no gigante sul-americano que tem 2,7% da população mundial e 13% das vidas perdidas pela Covid-19, se o medicamento fosse eficaz.
Yamaguchi foi uma voz importante para esse equívoco de Bolsonaro que ‘levou o Brasil a essa tragédia econômica e social’, observou Costa.
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