Ontem, 184 Estados membros das Nações Unidas votaram a favor do levantamento do cerco estadunidense contra a ilha do Caribe, enquanto a Ucrânia, Colômbia e Brasil se abstiveram e apenas dois apoiaram a manutenção deste mecanismo: os Estados Unidos e Israel.
Segundo a vice-ministra das Relações Exteriores cubana Anayansi Rodríguez no Twitter, 49 oradores levantaram suas vozes contra o bloqueio dos EUA na quarta-feira na Assembleia Geral, seis dos quais representando grupos de países.
A Comunidade Caribenha, o Grupo dos 77 mais a China, o Movimento dos Não-Alinhados e a Associação das Nações do Sudeste Asiático estavam entre as organizações internacionais que rejeitaram as medidas coercitivas de Washington.
Além de denunciar o recrudescimento do bloqueio dos EUA em meio à pandemia de Covid-19, muitos destacaram a solidariedade de Cuba diante da crise sanitária e como, apesar dos obstáculos, a ilha foi capaz de desenvolver com sucesso seus próprios candidatos à vacina.
O representante permanente da Rússia junto às Nações Unidas, Vassily Nebenzia, disse que qualquer medida discriminatória ou interferência na soberania nacional e ingerência nos assuntos internos dos países é inaceitável. Da mesma forma, disse ele, a guerra de sanções desencadeada pelos Estados Unidos para atingir seu objetivo de eliminar um governo do qual não gosta é um exemplo de política externa agressiva.
Nebenzia rejeitou o bloqueio dos EUA contra Cuba e destacou como este mecanismo vai contra os direitos humanos e o bem-estar de todo um povo.
A Rússia não vê nenhuma mudança visível na política externa da Casa Branca em relação a Cuba sob a administração do Presidente Joe Biden e esperamos que a mudança e a razão imperem, disse o representante de Moscou junto à ONU.
Enquanto isso, o embaixador chinês Zhang Jun explicou os graves danos que as medidas coercitivas unilaterais causam às relações internacionais e enfatizou que todos os países têm o direito de tomar medidas a esse respeito.
Ele também lamentou a persistência do bloqueio dos EUA, embora os membros da Assembleia Geral das Nações Unidas tenham votado contra ele com força e consecutivamente durante os últimos 28 anos.
Zhang salientou, em particular, que em meio à pandemia de Covid-19, a Casa Branca optou por intensificar sua posição contra Cuba e, como resultado, impediu o acesso a medicamentos e suprimentos necessários para combater a doença na ilha.
Por sua vez, o embaixador boliviano na ONU, Diego Pary, descreveu o bloqueio dos EUA como ilegal, desumano e criminoso e lembrou que Washington mantém velhas práticas de punir aqueles que não concordam com sua visão.
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