Uma comissão de negociação governamental de alto nível renegociará o acordo com a subsidiária da multinacional canadense First Quantum Minerals, que opera a maior mina de cobre da América Central e do Caribe por aqui, após um investimento de 6,7 bilhões de dólares.
Em comunicado à imprensa, a entidade confirmou a sua vontade de dialogar, que ‘deve ter como base o respeito da segurança jurídica e do Estado de Direito’ pelas partes e ‘apostar nas potencialidades do país’, o que se comprovou no maior investimento privado do país.
A concessão data de fevereiro de 1997, ao abrigo de uma Lei aprovada pela Assembleia Nacional, mas muito criticada desde o seu início por exigir apenas a entrega de 2 por cento do seu rendimento aos cofres públicos, após lutas judiciais no Supremo Tribunal de Justiça sucessivas e sucessivas legislaturas parlamentares, a atual administração irá rever o contrato.
O jornal La Estrella de Panamá refletiu a apresentação dos negociadores, cuja missão faz parte da revisão das políticas de mineração, especialmente a mineração de metais, com ideia de assinar um novo contrato onde um dos temas serão as contribuições ao erário.
‘A nova política mineira terá como prioridade clara a defesa dos interesses nacionais’, publicou no Twitter o Ministério do Comércio e Indústria (Mici), cujo chefe, Ramón Martínez, vai liderar a equipa negocial acompanhada por outros três ministros, um deputado e 15 especialistas de vários ramos.
A emissora TVN, por sua vez, ao reportar o novo contrato, lembrou que diversos setores manifestaram seu desacordo com a atividade mineradora e o desenvolvimento deste tipo de projetos, e inclusive ambientalistas fizeram diversos protestos sob o lema ‘Vale mais o Panamá sem mineração ‘e apelou a uma lei de moratória da mineração.
Porém, em janeiro passado a empresa realizou o fórum ‘Mineração: Mitos e Realidades’, e relatou a possibilidade de estender a vida útil do projeto de 40 para 70 anos, com a exportação anual de 400 mil toneladas de concentrado de cobre.
O presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Agricultura, José Ramón Icaza, destacou esta quarta-feira a importância de que o marco regulatório do setor de mineração seja fortalecido com o objetivo de aumentar o controle sobre a extração desses recursos e que responda ao planejamento econômico do país.
A pedreira e a fábrica de processamento estão localizadas em Donoso, na província de Colón, e sua produção representa 3,5% do Produto Interno Bruto do país, com uma contribuição macroeconômica de 3,697 bilhões de dólares anuais.
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