23 de November de 2024
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Com Cuba, sem duvidar nenhum segundo

Com Cuba, sem duvidar nenhum segundo

Santiago do Chile, 25 jul (Prensa Latina) Há 68 anos, em uma manhã de carnaval em Santiago de Cuba, os carros dos assaltantes do Quartel Moncada deixaram a fazenda Siboney.

Simultaneamente, fizeram o mesmo os homens e mulheres que se preparavam para assaltar o Quartel ‘Carlos Manuel de Céspedes’, em Bayamo, e o hospital e palácio dos tribunais da capital provincial.

Pouco mais de cem revolucionários ardendo de impaciência e coragem. A maioria eram jovens do Partido Ortodoxo que abraçaram a luta armada contra uma ditadura. À frente deles estava um advogado e ex-candidato a deputado em eleições parlamentares frustradas: Fidel Alejandro Castro Ruz, 27, filho do proprietário de terras Angel Castro Argiz, um imigrante galego.

O objetivo perseguido era convocar uma insurreição popular para derrubar a ditadura do ex-sargento – general autoproclamado- Fulgencio Batista.

O objetivo não foi alcançado. A rebelião armada significou uma derrota militar sangrenta para os revolucionários.

O punhado de sobreviventes, entre eles Fidel Castro – que no julgamento que os condenou à prisão fez sua defesa com um discurso massivo conhecido como ‘A história me absolverá’ – continuou a luta na prisão, no exílio e na guerrilha, até a vitória de janeiro de 1959.

Mais de meio século de triunfos, erros e desventuras da Revolução Cubana se passaram, implacavelmente sitiada pelo império ianque. O calendário de ataques a Cuba registra tudo o que o cérebro doente de ódio de um Calígula pode imaginar.

A invasão mercenária de Playa Girón em 1961, as tentativas de assassinar Fidel -do rifle com mira telescópica ao veneno escondido em um charuto, a formação e apetrechamento de gangues no Escambray, a introdução de doenças contagiosas no país, a destruição com elementos químicos de canaviais e plantações.

Além disso, a sabotagem de instalações industriais, a explosão do navio ‘La Coubre’ no porto de Havana, espionagem aérea e eletrônica, o financiamento de conspirações e – para resumir tanta iniqüidade: o bloqueio, a mais cruel e desumana ação contra um povo que conhece a história.

O bloqueio ianque tenta estrangular um povo inteiro por causa da fome, das carências e das doenças. A história não registra crime mais hediondo do que o que os Estados Unidos vêm cometendo contra Cuba.

Nunca uma nação foi – como é o caso de Cuba – pressionada ao extremo pelo maior poderio militar e econômico do mundo a ponto de tentar forçá-la a se ajoelhar em sua dignidade e abdicar de sua independência e soberania.

Mas foi a dignidade de Cuba, recuperada pelo processo iniciado naquela manhã de 1953 na fazenda Siboney, em Santiago de Cuba, que resistiu a todos os golpes da máfia dos Estados Unidos.

Quando a história desse período histórico for escrita, a responsabilidade criminal dos Estados Unidos sem dúvida envergonhará os cidadãos americanos, como já está começando a acontecer.

Os cidadãos decentes e informados dos Estados Unidos estão do lado do David do Caribe, que desafia a Casa Branca e o Pentágono.

Na América Latina devemos traçar laços de unidade com a solidariedade que Cuba desperta nos Estados Unidos, Europa e África.

Acima de tudo, nós, latino-americanos, irmãos de Cuba, temos o dever de abraçar a ilha com o carinho, a admiração e a solidariedade ativa que ela conquistou com sua coragem antiimperialista.

No momento difícil atual – talvez o mais amargo de sua história – Cuba precisa dessa solidariedade para ajudar a fortalecer suas reservas morais e políticas, corrigir – como está fazendo – seus erros e inadequações e mais uma vez opor a unidade de seu povo às ameaças do império.

* O autor é colaborador da Prensa Latina. Jornalista chileno, diretor fundador da revista Punto Final

ga / rc / mc / hb

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